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A Tal Felicidade

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Como o relaxamento pode ser uma forma de expansão da consciência

O tema é abordado pelo físico indiano Amit Goswami

Por Amit Goswami
Atualizado em 6 dez 2019, 14h31 - Publicado em 6 dez 2019, 06h00
Relaxamento como forma de expansão da consciência (Stock Colors/Getty Images)
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BUSCA ALÉM DOS CONDICIONAMENTOS A psicanálise sempre falou muito de sofrimento, sofrimento, sofrimento. As linhas comportamentais da psicologia têm a tendência de dizer que podemos ser treinados para ser felizes. Mas o que significa a felicidade quando somos condicionados como máquinas? Eis que a psicologia positiva começou a focar os estudos científicos nas soluções.

GARGALHADA COLETIVA Se você der uma risada, eu poderei rir também, nós poderemos dar risadas juntos. A psicologia positiva estuda o que nos leva à felicidade. Não precisamos responder aos eventos com infelicidade. Os cientistas dessa vertente não vão tão longe a ponto de dizer que esse fato se conecta com a tendência do ser humano a buscar a espiritualidade, mas a ponte existe.

MÃO NA CONSCIÊNCIA Quem sofre costuma procurar ajuda na espiritualidade. Mas o caminho da alegria, curiosidade e criatividade também pode nos conduzir a ela. A ideia de que a consciência é a base de toda a existência pode nos levar à integração da ciência e da espiritualidade. Todos temos a potencialidade de expandir nossa consciência. Podemos olhar para uma flor, o oceano ou alguém que amamos e nos sentir felizes.

IGUALDADE DE POTENCIAL Cada um de nós, cada ser humano, nasceu com o mesmo potencial. Felizmente, a evolução está nos levando em direção à igualdade de oportunidades, para que todos possam atingir plenamente o seu potencial. Todos podem ser criativos, essa não é uma prerrogativa de algumas pessoas da elite.

TENDÊNCIA NACIONAL Os brasileiros são mais emotivos — e a emoção tem um papel importante na conquista da felicidade. Quem suprime suas emoções, intelectualiza muito, não consegue ficar tão feliz. Isso porque a felicidade é um fenômeno que está no campo das emoções positivas. Presos a esse jeito materialista e racional, os relacionamentos viram, no máximo, uma transação. “Eu faço algo por você porque quero algo de você”: isso não é ser emocionalmente aberto. Defendo a ideia de que os relacionamentos não sejam utilitários.

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UMA PAUSA NOS PENSAMENTOS A meditação é uma forma de parar o vício de pensar, pensar e pensar. Ajuda a criar uma pausa entre um pensamento e outro. Não só medito todos os dias como vivo em estado meditativo. Eu me mantenho consciente do que está acontecendo o tempo todo.

MUDANÇA PESSOAL Já fui uma pessoa triste. Hoje, sei que posso fazer escolhas. E por que escolher a tristeza quando posso escolher a felicidade? É isso que eu ensino: a optar pela felicidade.

APRENDER A AMAR As tradições espirituais nos ensinam a amar a todos. Mas descobri que a busca por amar uma pessoa em específico é um efetivo caminho para descobrir o amor. Aprender a amar um companheiro depois de muitos anos juntos é aprender a dar novos significados ao relacionamento. A mente tem um papel fundamental nessa tarefa.

FLUXO DE EXPANSÃO Existe uma experiência de fluxo que ajuda a entender que a consciência tem uma dimensão que não é local, individual. Os músicos costumam dizer no fim de uma performance: “eu podia sentir a plateia toda”. E isso é verdade. O músico acessa o público, e o público acessa a alegria do músico tocando. Não precisamos ser gênios para viver essas experiências. É uma prerrogativa de todos. Precisamos apenas aprender a relaxar para ter acesso à criatividade e à felicidade, que é para todos. Não existem pessoas especiais.

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Amit Goswami
(Arquivo Pessoal/Reprodução/Veja SP)

O físico indiano Amit Goswami é um estudioso da consciência. Em abril de 2020, planeja lançar no Brasil o livro A Ciência Quântica da Felicidade, escrito em parceria com a psicoterapeuta inglesa Sunita Pattani.

Publicado em VEJA SÃO PAULO de 11 de dezembro de 2019, edição nº 2664.

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