Cirque du Soleil é programa infantil?
Por Alecsandra Zapparoli, mãe de Bruna, de 4 anos, das gêmeas Giulia e Bianca, de 7, e diretora de redação de VEJA SÃO PAULO É legítimo querermos sempre proporcionar aos filhos as experiências mais incríveis em matéria de entretenimento. Tenho certeza que a ansiedade vem mais da gente do que dos pequenos. Na última terça (2), fui […]
Por Alecsandra Zapparoli,
mãe de Bruna, de 4 anos, das gêmeas Giulia e Bianca, de 7,
e diretora de redação de VEJA SÃO PAULO
É legítimo querermos sempre proporcionar aos filhos as experiências mais incríveis em matéria de entretenimento. Tenho certeza que a ansiedade vem mais da gente do que dos pequenos. Na última terça (2), fui com as minhas gêmeas de 7 assistir no Parque Villa-Lobos a Corteo, o quinto espetáculo da afamada trupe canadense na cidade. Era uma sessão fechada para convidados. Marcada para às 21h, começou com uns vinte minutos de atraso. Estranhei a presença de umas crianças bem pequenas, algumas chegavam no colo. Uma delas começou a chorar logo quando as luzes se apagaram.
A apresentação com o elenco de sessenta artistas é realmente incrível, do mais alto nível, mas as crianças de 3, 4, 5 anos não têm capacidade para entender e valorizar a grandiosa produção (são 1 200 toneladas de equipamentos e mais de 260 peças de figurino). Confesso que cometi esse erro no passado. Quando as meninas tinham 5 anos passaram pela experiência (na época foram ver Varekai). Conclusão: dormiram na primeira metade do show e tivemos de sair no intervalo com as duas penduradas nos braços
Desta vez, a experiência foi um pouco diferente. Deixa eu explicar. Dividida em dezenove números, a apresentação tem duração de duas horas e meia, com intervalo de trinta minutos. É quase impossível manter uma criança sentada por todo esse tempo, ainda que os melhores artistas do planeta estejam diante delas fazendo as manobras mais difíceis de imaginar. Também fomos embora no intervalo, depois de uma hora. Em Corteo elas se divertiram muito. Adoraram as técnicas de trampolim (os artistas fazem uma bagunça enorme como se fossem crianças pulando em duas camas), enlouqueceram quando uma anã puxada por balões gigantes passou sobre suas cabeças e deram boas risadas quando o protagonista aprendeu a voar. Imagino que se tivéssemos ido na matinê (às sextas e sábados, às 17h, e aos domingos, às 16h) elas talvez teriam aguentado até o final.
A faixa etária indicada pelos organizadores é livre (menores de 12 anos devem ir acompanhados dos pais). O site oficial da trupe ressalta que Corteo se destina ao entretenimento de todos os membros da família. Alerta, no entanto, que “existem alguns momentos de ruídos altos e escuridão durante o espetáculo que poderão assustar algumas crianças”. Como trata-se de um programa muito caro – os ingressos vão de 190 a 640 reais (crianças de até 6 anos pagam meia e acima de 6 precisam levar a carteirinha de estudante para pagar menos) + estacionamento de 40 reais + 18 reais pelo balde de pipoca pequeno), o melhor é segurar a onda e apostar em espetáculos menos sofisticados.
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