A revolução afetuosa de Priscila Barbosa
Com tons pasteis, artista paulistana questiona padrões de beleza e de comportamento
Priscila Barbosa, 30, leva para os prédios de São Paulo e para seu perfil no Instagram (@priii_barbosa) mulheres encapuzadas e plantas ditas de proteção, vide o mural Granada (2020), localizado em Pinheiros e comissionado pelo festival NaLata. A incisividade do seu desejo pela igualdade entre gêneros surpreende por ser pintada em tons pastel. “Acredito em uma revolução, mas não acho que seja preciso deixar o afeto de lado para alcançá-la.
” Os capuzes de suas divas fazem referência a manifestações feministas na América Latina. “Em 2020, passei o 1º de março no Chile. Lá, vi que as mulheres na linha de frente dos protestos, além do lenço no pescoço, utilizavam essa espécie de capuz”, conta a paulistana, que também se recorda desse acessório na adolescência, quando garotos na Zona Leste, onde ela nasceu e viveu até os 25 anos, empinavam sua bicicletas.
“Moro no centro faz cinco anos, não me sinto inteiramente daqui. Mas me sinto bem, estou mais perto de museus.” Sensação parecida também a acompanhou quando cursou artes visuais no Centro Universitário de Belas Artes: “Eu me sentia inadequada, o ambiente e as pessoas eram muito diferentes”, explica Pri. “Era frustrante porque o desenho que eu fazia, figurativo, não era o que eles me pediam lá. Mas não desisti, porque pude aprender sobre arte contemporânea e o universo do que achava possível para mim se ampliou”, exemplifica, com sua doce mania de persistir.
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