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Por Arnaldo Lorençato
O editor-executivo Arnaldo Lorençato é crítico de restaurantes há mais de 30 anos. De 1992 para cá, fez mais de 16 000 avaliações. Também é autor do Cozinha do Lorençato, um podcast de gastronomia, e do Lorençato em Casa, programa de receitas em vídeo. O jornalista é professor-doutor e leciona na Universidade Presbiteriana Mackenzie
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Massimo Ferrari se prepara para abrir o restaurante Felice e Maria

O grande anfitrião da cidade, personalidade gastronômica de 2020, promete estrear o endereço italiano com almoços e jantares em 2024

Por Arnaldo Lorençato Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
24 nov 2023, 06h00

O anfitrião mais amável da cidade está de volta. Não que ele tenha saído completamente de cena, uma vez que vem trabalhando nos últimos anos com serviço para eventos e uma rotisseria. Mas Massimo Ferrari, personalidade gastronômica de 2020 por VEJA SÃO PAULO COMER & BEBER, planeja ter novamente um restaurante.

Não será o saudoso Massimo, que brilhou como um dos melhores endereços italianos da cidade e desapareceu há uma década — Ferrari tinha se desligado do restaurante em 2007. Retorna com o Felice e Maria, nome dos pais do restaurateur e usado para batizar os negócios culinários instalados no mesmo ponto, uma pracinha de frente para a movimentada Avenida Hélio Pellegrino.

Embora esteja pronto, o restaurante ainda não tem previsão de abertura e não deve começar a funcionar antes de março de 2024. É necessário ter um pouco de paciência para saborear as especialidades à la carte que celebrizaram o extinto endereço da Alameda Santos 1826, onde hoje há um edifício comercial.

Para encantar os saudosistas, assim como as novas gerações, o restaurante se modernizou. No espaço que funciona desde 2009 no subsolo do imóvel apenas para eventos e é sede de encontros empresariais, jantares para grupos e confraternizações com uma cozinha envidraçada e quarenta lugares, Massimo montou um classudo salão que se espalha por dois pavimentos com 55 lugares — ao superior, decorado com um belo presépio trazido da região da Calábria, também se chega por escada ou elevador.

No térreo, além de mesas mais convencionais para dois e quatro lugares, há uma especial cercada por um estofado chesterfield vermelho destinada a saborear queijos e vinhos colada à cozinha também envidraçada que permite acompanhar a preparação dos pedidos. Quem quiser ficar ainda mais próximo do universo culinário pode ocupar outra mesa de oito lugares na qual estão instalados dois fogões para finalização dos pratos diante dos clientes dentro da própria cozinha de demonstração e cercada de equipamentos de última geração.

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Quem responde pela execução do menu é o chef baiano Edilson Barreto, que trabalha com Massimo há catorze anos e comanda uma equipe de oito pessoas, responsável pela elaboração dos pratos e das sobremesas. O cozinheiro prepara iguarias que fazem lembrar o restaurante Massimo dos tempos áureos e que tive a oportunidade de provar em primeira mão. Um exemplo: o carpaccio de filé-mignon cortado na faca, cuja primazia da introdução em São Paulo era disputada com o La Tambouille, do italiano Giancarlo Bolla (1941-2014), outro gigante do ramo. Mais uma receita que se difundiu a partir do extinto Massimo foi o tiramisu. “Sempre fizemos nosso mascarpone”, lembra o restaurateur sobre uma época em que a importação era praticamente proibida.

Entre os pratos que fazem salivar, estão o risoto de açafrão com frutos do mar, o carré de cordeiro em camisa de ervas e o tradicional filé-mignon ao molho rôti e purê de batata. De origem francesa, há uma esplêndida sobremesa: a tarte tatin, torta invertida de maçã, que se tornou lendária na cidade, além do vulcão de chocolate com pistache.

Para harmonizar com a refeição em copos de cristal assoprados artesanalmente à mão, há vinhos de importação própria de vinícolas italianas do Piemonte e da Calábria. Uma delas, a Cascina Gilli, cultiva seus vinhedos nas colinas sinuosas da cidade piemontesa de Castelnuovo Don Bosco. Cuida da gestão e do atendimento aos clientes uma dupla de irmãs, Vanessa Casillo e Alessandra Casillo. Há quase quinze anos, elas zelam para que o serviço esteja sempre afinado.

Ao final da entrevista, perguntei a Massimo Ferrari o motivo de ter novamente um restaurante aos 80 anos. A resposta não podia ser mais emocionada. “Um sonho realizado para homenagear meus pais, o Felice e a Maria, que tanto amaram São Paulo e a gastronomia”, respondeu com o sorriso largo que sempre o caracterizou.

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Vale entrar no túnel do tempo aqui. Assim como o próprio Massimo, os imigrantes Felice e Maria Ferrari, ele da Calábria e ela do Piemonte, tiveram a churrascaria Cabana no antigo Centro, numa época em que essa era uma das regiões mais elegantes da cidade, em plena Avenida Rio Branco dos anos 1950, a mesma onde morou a cantora Elis Regina. Em 1976, o casal fundou o Massimo, que funcionou por 37 anos a uma quadra da Paulista e outra do Parque Trianon. Ajudaram a escrever parte fundamental da culinária italiana em São Paulo como o filho deles continua a fazer até agora.

Publicado em VEJA São Paulo de 24 de novembro de 2023, edição nº 2869

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