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Vinho rosé: para pedir sem medo

Nada do docinho do passado. Os rosés evoluem, viram opção no calor e ganham adeptos na cidade

Por Arnaldo Lorençato
Atualizado em 5 dez 2016, 19h21 - Publicado em 18 set 2009, 20h36

Foi-se o tempo em que o rosé era um vinho intragável, dono de uma fama tão ruim quanto a dos adocicados brancos alemães de garrafa azul. Nesse antigo e desalentador panorama, a exceção ficava por conta de alguns rótulos da Provence, região do sul da França. “Quando eu dizia aos amigos que gostava de rosés, eles me olhavam espantados”, lembra o publicitário e enófilo Fernando Rodrigues. “Parecia coisa de marciano, porque era raro encontrar bebida de qualidade.” Com os avanços nas técnicas de vinificação, esse cenário mudou expressivamente a partir de 2000. Produtores de vários pontos do mundo, inclusive no Brasil, passaram a investir em bons rosados. Hoje, essas garrafas são trazidas por praticamente todos os importadores brasileiros e estão em alguns dos melhores restaurantes paulistanos. Chegaram também às prateleiras de lojas especializadas e de supermercados.

“Para quem toma muito tinto, o rosé é um bom substituto no verão”, sugere o sommelier Manoel Beato, do restaurante Fasano. “Tem um pouco mais de estrutura que o branco e é frutado e cheio de frescor.” Beato afirma que o vinho vai bem com peixes e massas ao molho de tomate fresco com manjericão. É uma boa opção, da mesma forma, nos restaurantes asiáticos, em particular os japoneses. Com preços normalmente mais em conta se comparado a tintos da mesma categoria, pode ser encontrado em endereços tão diferentes quanto a casa de cozinha contemporânea Dolce Villa, no Itaim, a churrascaria Martín Fierro e o francês Allez, Allez!, ambos na Vila Madalena.

Para servir, a temperatura ideal varia entre 8 e 12 graus. Uma dica importante é prestar atenção à safra. Como se trata de uma bebida para ser consumida jovem, as garrafas com mais de quatro anos perdem a vivacidade. Dono da importadora Mistral, uma das maiores do país, o empresário Ciro Lilla acredita que a nova onda não é um modismo passageiro. Tanto que ele mantém no catálogo da empresa 37 rosados de países tão diversos como Líbano e Nova Zelândia. “Há uma tendência à sofisticação da bebida”, diz. “No Chile, por exemplo, começa a ser produzida uma linha premium.” Ou seja, os rosés ganharam até status.

Parallèle “45” 2005, da região francesa de Côtes du Rhône: cor salmão e aroma intenso. R$ 42,79. Mistral, fone: 3372-3400

Alto Ramblon 2005, argentino de Mendoza: feito apenas com uva malbec. R$ 35,00. Martín Fierro, fone: 3814-6747

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Aglianico dei Feudi di San Gregorio 2004, italiano da Campânia: seco e potente. R$ 83,00. World Wine, fone: 3315-7477

Monte Seis Reis 2005, português do Alentejo: com estrutura e sabor de frutas vermelhas. R$ 45,00. Almeida Garrett, fone: 3088-0226

Château de l’Amarine 2004, francês da Costières-de-Nîmes: combinação de leveza e frescor. R$ 60,00. Enoteca Fasano, fone: 3168-1255

Alta Vista 2004: malbec de Mendoza. R$ 32,90. Pão de Açúcar, https://www.paodeacucar.com.br

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