No cruzamento das ruas Abegoaria e João Moura, na Vila Madalena, uma cratera de mais de 1 metro de diâmetro é, desde o dia 13 de janeiro, epicentro de um festival de buzinadas e invasões na contramão por motoristas impacientes que tentam escapar da lentidão provocada pelo obstáculo. Quem segue adiante pelo bairro enfrenta problemas semelhantes, com buracos ainda maiores. Na contagem feita pela reportagem de VEJA SÃO PAULO no último dia 11, havia ao menos quarenta “covas” no perímetro entre as ruas Natingui, Inácio Pereira da Rocha, Pedroso de Moraes e João Moura. Na segunda (21), depois que a revista contatou os órgãos públicos responsáveis, catorze delas foram tapadas. Ou seja, na matemática da buraqueira, 26 ainda estão carentes de atenção da prefeitura.
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O tráfego intenso de automóveis na região e as enchentes potencializam a deterioração do pavimento. Há outra circunstância agravante: as falhas em obras subterrâneas. Nesse cruzamento, a causa foi o rompimento da galeria de canalização do Córrego Verde, que também provocou o rombo entre as ruas Medeiros de Albuquerque e Cipriano Jucá, onde surgiu uma cratera maior, de cerca de 13 metros de comprimento, 6 de largura e 5 de profundidade. Em 11 de janeiro, um carro foi levado pela enxurrada e caiu lá dentro. No dia seguinte, as obras começaram. A galeria foi reconstruída, mas o buracão deverá permanecer ali até maio, segundo a previsão da Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras (Siurb). Enquanto isso, a sinalização da CET indica a proibição da passagem. A secretaria investiga uma possível relação entre o rompimento da galeria e outras rachaduras em trechos próximos.
Não é só a Vila Madalena, evidentemente, que sofre com o problema. São 1.000 novos buracos por dia na cidade em 17.000 quilômetros de asfalto. A prefeitura diz que consegue tapar diariamente 2.000 deles. Para este ano, a administração municipal prevê investimento de 100 milhões de reais para a recuperação do asfalto. Mais números nessa conta que parece nunca fechar.