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“Porta dos Fundos de direita”: canal bomba ao defender Bolsonaro

Grupo de catarinenses dedicado a esquetes e paródias no YouTube já teve problemas com a Justiça; saiba mais

Por Mariana Rosario Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 18 out 2018, 18h11 - Publicado em 18 out 2018, 18h10

Criado em 2014 com a intenção de surfar na onda de canais de humor de sucesso no YouTube, a exemplo de Parafernalha e Porta dos Fundos, que juntos somam mais de 25,6 milhões de inscritos e 6,6 bilhões de visualizações, o Canal Hipócritas foi montado por três catarinenses na faixa dos 30 anos. Só encontrou o rumo da viralização, entretanto, quando decidiu fazer sátiras dedicadas à política. Desse modo, alcançou a marca de meio milhão de inscritos e 32,5 milhões de visualizações.

O ponto de virada foi o vídeo em homenagem ao candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL), intitulado Bolsomito, uma paródia da música Despacito, lançada em 2017 por Luis Fonsi e hit absoluto na época. Trata-se da gravação que fez mais sucesso na plataforma do trio, chegando a quase 2 milhões de visitas desde junho do ano passado, quando foi lançada.

“Sabemos que é um nicho do momento, o Brasil nunca viveu a política como agora”, afirma um dos sócios, Augusto Pacheco. Ele comanda a empreitada o lado do funcionário público Paulo Souza e do empresário Bismark Fugazza. Ao todo, o canal rende cerca de 7 000 reais mensais.

Para além das homenagens, a página também costuma se dedicar a ferrenhas críticas aos opositores de Bolsonaro, principalmente ao PT. Em alguns casos, chega a descambar para a violência e as ofensas, como em um vídeo no qual a deputada federal eleita Joice Hasselmann esmurra um ator que assume o papel da deputada Maria do Rosário, em gravação disponibilizada no mês passado.

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Outro episódio se passa em uma farmácia de manipulação, na qual os personagens afirmam que as pesquisas eleitorais seriam compradas em ambientes como aquele. Em determinado trecho, chegam a dizer que a candidata à vice-presidente do PT, Manuela D’Ávila, é “submissa como uma cadela”. A fala, no entanto, é disfarçada como se fosse um nome de remédio.

A postura do time rendeu um problema na Justiça com Guilherme Boulos, candidato à Presidência pelo PSOL, derrotado nas últimas eleições. No vídeo Fake News – Ep 05, publicado em agosto, eles afirmam, em tom de piada, que a assessoria de imprensa da Rede Record teria contactado a polícia com a denúncia de invasão de um “terrorista perigoso nos estúdios da emissora”. Na sequência dizem que “a polícia nada pode fazer pois o terrorista era um dos candidatos à Presidência que participaria do debate” e mostram uma foto de Boulos.

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O político pediu a retirada do material do ar por ofensas a sua honra e à imagem do partido. O caso foi parar no Tribunal Superior Eleitoral. A ministra Rosa Weber, presidente da corte, disse que “a peça é de extremo mau gosto, no mínimo”. O recurso foi negado, pois o tribunal entendeu que restringir a exibição da gravação seria uma maneira de ferir a liberdade de expressão.

Sobre as críticas, não houve chateação. “Não acredito que alguém do alto escalão vá ter tempo de ver graça em alguma coisa. Nós achamos engraçado”, diz Pacheco. Ele também afirma que os três criadores do canal são cristãos e, por isso, seguem as normas da igreja. “Fazemos humor sem nenhum tipo de palavrão”, explica. Sobre os vídeos nos quais há ofensas e violência, ele afirma que se trata apenas de uma encenação.”Mas mesmo na Bíblia, nem tudo é amor”, justifica.

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