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Viciada em protestos viaja o mundo atrás de manifestações

Cléia Carvalho, de 55 anos, costura uma fantasia diferente a cada ato e se diz 'louca para ser presa'

Por Juliana Deodoro e Nataly Costa
Atualizado em 5 dez 2016, 15h43 - Publicado em 14 ago 2013, 23h12

A onda de manifestações começou em junho e é um fenômeno recente para boa parte da população do país. Mas não para a aposentada Cléia Carvalho, de 55 anos, uma espécie de veterana de protestos. Há 15 anos, ela participa de manifestações contra corrupção, partidos, PECs, ditadura, pobreza, desemprego, Kirchnerismo, Hugo Chávez, transporte público, funcionalismo público e praticamente qualquer coisa que estiver na pauta do dia. Cléia já viajou o mundo – foi para Chile, Bélgica, Argentina, Espanha, México, Venezuela – apenas para protestar.

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Viúva de um piloto da Varig, ela é militante fervorosa no grupo de aposentados e pensionistas do Instituto Aerus, que briga para receber os benefícios a que têm direito os cerca de 8 mil ex-funcionários da empresa aérea. Essa é a maior causa de Cléia, mas não a única. Hoje, ela diz fazer parte de organizações tão distintas quanto o Anonymouys, Movimento Contra a Corrupção, Revoltados Online, Basta e FAP, um grupo que apoia a tomada de poder pelas Forças Armadas. 

Ela também aproveita o tempo livre para frequentar agenda de políticos importantes: já se encontrou com o então governador José Serra (PSDB) e foi até a favela Cidade de Deus, no Rio, para ver o presidente americano Barack Obama. Escritora, já lançou dois livros com pouco sucesso comercial: Bastidores Cômicos da Aviação e  1001 Cantadas de uma Mulher

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“Sou louca para apanhar e ser presa. Até metralhadora já encostaram em mim”, conta ela, já emendando que até agora não conseguiu seu objetivo porque “protesta com bom humor”. 

E o humor de Cléia é peculiar. A cada manifestação, ela confecciona uma fantasia nova para chamar atenção nas ruas. Pelo Instituto Aerus, ora se veste de piloto, ora de aeromoça, toda de azul. Também se veste de presidente (com direto a faixa verde e amarela) e com um manto preto que representa a morte. Na última quarta (14), na manifestação do Movimento Passe Livre (MPL) contra as denúncias de corrupção no metrô de São Paulo, Cléia estava usando um macacão com riscos vermelhos, que representavam a saúde pública “esquartejada” e com “lágrimas de sangue” pela corrupção.

A próxima fantasia da aposentada segue inédita até o dia 7 de setembro. “Não dormi, passei 24 horas fazendo e ficou o máximo”, diz. Ela vai se vestir de Osama Bin Laden, com barba e tudo. 

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