Vale dos Dinossauros reforça as opções turísticas da cidade de Olímpia
Parque temático recém-inaugurado na última quinta (8) aumenta o número de atrações na cidade para atrair as famílias
Localizada no norte do estado, a cidade de Olímpia tornou-se um imenso canteiro de obras nos últimos anos. Desde a abertura do parque aquático Thermas dos Laranjais para uso diário, em 2002, o lugar se consolida como opção turística familiar e desperta o interesse de investidores. Com a intenção de encantar as crianças que visitam o pedaço com os pais, o empresário Rafael Almeida decidiu apostar em atrações jurássicas. Assim, inaugurou na última quinta-feira (8) o parque Vale dos Dinossauros, com 38 réplicas de dinos em tamanho real. Os bichos se mexem, emitem sons e até “respiram”. No espaço há outras atrações, espalhadas no terreno de 6 000 metros quadrados. Destaque para a área de escavação, na qual as crianças poderão aprender um pouco sobre arqueologia e pôr a mão na massa, e para a incubadora de dinossauros, onde os visitantes acompanharão o “nascimento” dos animais. A oferta inicial do parque conta ainda com cinema, playground, loja de conveniência e lanchonetes.
E o complexo deve aumentar em breve, pois sua primeira expansão está prevista para o fim de 2020. Em um terreno de 800 metros quadrados ao lado do Vale, será construído um restaurante temático, nos moldes do café americano T- Rex. Também está nos planos uma pista, semelhante às de kart, para que as crianças andem de “dinomoto”, aquele carrinho com roupagens diversas que virou febre em shoppings. O investimento inicial foi de 15 milhões de reais. Os dinossauros, importados da China e dos Estados Unidos, chegam a pesar até 1,5 tonelada e foram transportados de navio para o Brasil. O projeto é fruto da parceria entre Almeida, sócios locais e o Grupo Dreams, detentor da marca Vale dos Dinossauros. O parque funcionará todos os dias das 9 às 21 horas. O valor do ingresso será de 50 reais. Crianças de 4 a 11 anos, pessoas acima de 60 e professores pagam meia; crianças de até 3 anos entram de graça.
Empresários prometem continuar injetando dinheiro e opções de lazer na cidade, que leva a indústria do turismo a sério. “Nosso próximo empreendimento é um museu de cera, previsto para o segundo semestre de 2020”, diz Almeida. Além disso, serão inaugurados um Harley Motor Show, pub temático de motocicletas da marca americana, e um bar de gelo.
Essas opções de “entretenimento terrestre” aparecem para complementar os já consolidados parques aquáticos, que levam mais de 2 milhões de turistas a Olímpia por ano, segundo dados da prefeitura. O pioneiro Thermas dos Laranjais foi inaugurado em 1987 pelo empresário Benito Benatti e, em seus primeiros anos, só aceitava sócios. O acesso ao público em geral foi permitido a partir de 2002, por meio de tarifas diárias. Nessa época o parque aquático mudou de patamar. Hoje ele tem mais de cinquenta atrações, entre toboáguas, pistas de surfe e outras, em um espaço de 300 000 metros quadrados. A última delas é o Lendário, entregue em março. Trata-se de um complexo de toboáguas que conta com cinco pistas de trajeto diferente, um investimento de 35 milhões de reais. Das cinco rotas, três são de descida por meio de cápsulas, nas quais os turistas despencam de uma altura de 28 metros a 70 quilômetros por hora. Uma delas tem até looping. As demais pistas são de descida com boias. À reportagem, representantes do parque confirmam que outro terreno, de 700 000 metros quadrados, foi comprado e será utilizado para mais uma expansão do espaço. Entre os projetos, “uma nova montanha-russa aquática, a maior do mundo, com 1 quilômetro de extensão”. Os ingressos custam, em média, 80 reais. A meia-entrada sai por 40 reais, e crianças de 1 a 6 anos de idade pagam 10 reais.
Em 2017, o Thermas ganhou a companhia do Hot Beach. Com proposta menos radical e mais contemplativa, o local é ideal para famílias com filhos pequenos. São treze atrações em um espaço de 80 000 metros quadrados, que recebeu 600 000 visitantes no ano passado. Ali, o turista encontra lugares como uma piscina de ondas e areia fofinha na borda, além do Ebaa River, um fluxo de água que cruza o parque e pode ser percorrido, sem grande esforço, em cima de uma boia. A entrada custa 100 reais, com possibilidade de meia-entrada. Crianças de até 6 anos de idade não pagam.
Com o leque maior de atrações, o antigo destino de bate e volta tem abrigado famílias em estadas com duração média de quatro dias, segundo a prefeitura. Assim, o ramo hoteleiro também começou a receber atenção. Com pouco mais de 50 000 habitantes, menor que Ribeirão Pires, o município conta com pelo menos 23 000 leitos de hospedagem. Almeida, por exemplo, lançou em 2018 o Enjoy Olímpia Park Resort, com 912 apartamentos. “A cidade tem localização privilegiada, a 430 quilômetros de São Paulo e a 50 quilômetros de São José do Rio Preto e Barretos, e é beneficiada pela vontade dos empresários locais de trabalhar em prol do destino”, diz o prefeito de Olímpia, Fernando Cunha. Graças a essa aliança, a prefeitura anunciou a construção de um centro de convenções para o município, com capacidade para 2 500 pessoas e investimento de 15 milhões de reais da iniciativa privada. Outro plano, esse para a construção de um aeroporto, foi apresentado ao governo do estado. Cunha afirma que, caso o projeto não evolua na esfera pública, investidores deverão bancar a obra, de cerca de 60 milhões de reais.
Publicado em VEJA SÃO PAULO de 14 de agosto de 2019, edição nº 2647.