USP expulsa aluno que tentou fraudar cotas raciais e sociais
A decisão é inédita e foi unânime
Um estudante foi expulso da Universidade de São Paulo (USP) nesta segunda-feira (12) por fraudar cotas raciais e sociais. Ele era aluno do curso de Relações Internacionais. Apesar de outros casos já terem sido abertos para apuração, esta é a primeira expulsão para esse tipo de conduta da história da universidade, criada em 1934.
Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, o aluno é Braz Cardoso Neto, de 20 anos. Ele alegou ser pardo, ter ascendência negra e ser de baixa renda, mas não conseguiu comprovar as declarações. Ainda cabe recurso da decisão e o caso pode ir para o Judiciário. A decisão foi unânime.
O jovem teria enviado fotos de pessoas negras que disse ser seus avós para a comissão responsável pelo julgamento, porém não compartilhou dados que provassem o parentesco. Ascendência não é um critério para inclusão na política de cotas da USP, que avalia o fenótipo da pessoa.
Ainda segundo o jornal, Braz disse que tinha renda de 4 000 reais para quatro pessoas, mas as investigações apontaram que o rapaz viaja frequentemente, inclusive para o exterior.
A USP disse que o estudante teve amplo direito à defesa, mas não conseguiu comprovar a renda declarada para ingresso na instituição e não enviou ao comitê as declarações de renda na íntegra. Braz Cardoso Neto não quis se manifestar.