Troca de acusações se intensifica em último debate à Presidência
Confira os melhores momentos no embate entre os candidatos
O clima esquentou no último debate para a Presidência antes das eleições deste domingo (5). Realizado nos estúdios da TV Globo na noite desta quinta-feira (2), e mediado pelo apresentador William Bonner, o encontro reuniu sete candidatos: Dilma Rousseff (PT), Marina Silva (PSB), Aécio Neves (PSDB), Eduardo Jorge (PV), Levy Fidelix (PRTB), Luciana Genro (PSOL) e Pastor Everaldo (PSC).
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À frente nas intenções de voto nas pesquisas, Dilma foi o principal alvo de ataques. Logo no início do debate, Luciana Genro a questionou se as acusações contra a Petrobras não seriam resultado de uma aliança com partidos da direita. A petista rebateu dizendo que foi a responsável por demitir o diretor da empresa à época, Paulo Roberto Costa, quando as denúncias surgiram. “Quero garantir que todos os crimes sejam investigados. Não tem ninguém acima da corrupção”, disse a presidente.
Declarações homofóbicas e apologia à maconha
Ainda no primeiro bloco, os candidatos “menores” protagonizaram uma discussão acalorada sobre os comentários contra homossexuais de Levy Fidelix. Eduardo Jorge, dirigindo-se ao candidato do PRTB, pediu para que ele se desculpasse com a população brasileira sobre as declarações no debate anterior. Fidelix, no entanto, não acatou a solicitação e rebateu: “Você não tem moral nenhuma. Você propõe que o jovem consuma maconha. Faz apologia ao crime”.
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No confronto seguinte, Luciana Genro também abordou o tema. “Você apavorou, chocou, ofendeu e humilhou milhares de pessoas com aquele discurso de ódio”, disse. A candidata comparou a atitude de Fidelix ao que ocorreu durante a escravidão e o holocausto. “Esse discurso de ódio é o mesmo que os racistas fazem contra os negros, e os nazistas fizeram contra os judeus.” Luciana completou o discurso dizendo que ele “deveria sair daquele debate algemado, direto para a cadeia”.
Aécio Neves, em pergunta a Dilma, voltou à questão da corrupção no caso da Petrobras. “O diretor está preso, você entregou a Petrobras a uma quadrilha, o aparelhamento da máquina pública é o pior do governo do PT”.
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William Bonner: pergunta errada
No segundo bloco do encontro, com temas sorteados, William Bonner teve de intervir no embate entre Pastor Everaldo e Aécio Neves. O primeiro candidato fez uma questão sobre o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), sendo que o assunto sorteado havia sido a previdência. Bonner interrompeu a resposta do tucano e exigiu uma nova pergunta de Everaldo.
Levy Fidelix x Luciana Genro
Outro tema sorteado, o combate às drogas, colocou novamente frente a frente Levy Fidelix e Luciana Genro. “Não adianta dar uma de mocinha porque você está incitando o jovem a consumir mais droga”, acusou Fidelix. A candidata do PSOL alegou que não faz apologia: “Nós defendemos o futuro do jovem, a universidade. Em vez de oferecer prisões à juventude, o governo precisa oferecer emprego”.
Sem levantar o dedo
Afiada e dura nas críticas, Luciana pediu para que Aécio baixasse o dedo ao se dirigir a ela. “Você que anda de jatinho e ganha um grande salário não sabe a realidade do povo”, afirmou diante do tucano. Aécio respondeu dizendo que a candidata “faz seu espetáculo sem a menor conexão com a realidade”.
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As acusações entre Marina e Dilma se intensificaram quando a candidata do PSB afirmou que a concorrente “não cumpriu seus compromissos de campanha e a corrupção foi varrida para debaixo do tapete”. Em resposta a Marina, a petista acusou de volta: “O diretor nomeado por você no Ibama foi afastado no meu governo por crime de desvio de recursos e eu não saí por aí dizendo que você sabia disso”.
Inflação e crescimento econômico
O desempenho econômico da gestão Dilma foi questionado por Aécio, quando os dois estiveram frente a frente. “A senhora acabou de nos presentear com uma pérola: a inflação está sob controle. Você também deve achar que o crescimento do país é adequado”, disse o tucano. A presidente contestou: “Os senhores [do PSDB] colocaram o Brasil de joelhos diante do FMI”.
Marina também mirou Dilma ao responder a Eduardo Jorge. “A falta de autonomia do Banco Central levou à elevação de juros e a subida da inflação. Isso faz com que, no lugar de investimento bom, que gera emprego e renda, se prefira a especulação financeira”, disse a candidata do PSB.