Tratamentos de saúde realizados com hipnose
De pavor de dentista a depressão: como o processo pode colaborar com terapias
Hipnose é coisa séria. Por muito tempo não foi. Atração de circo no passado, agora é oferecida em clínicas. A situação começou a mudar no fim dos anos 1990, quando exames de tomografia comprovaram o efeito que a prática exerce no cérebro. Hoje está estabelecido que o método consiste em um estado mental de alta atenção, que permite ao paciente trabalhar uma série de problemas. Clínicas e hospitais particulares de São Paulo oferecem o serviço como parte do tratamento para diversas questões. Instituições públicas, como o Hospital das Clínicas e o Instituto do Câncer, só o fazem com recomendação de seu próprio corpo clínico. “Associada a outros métodos de tratamento, a hipnose aumenta muito a rapidez e a qualidade da terapia”, diz o psicólogo Guilherme Raggi, que pesquisa o assunto no Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. “É possível confiar nas clínicas particulares em que o profissional não vende a hipnose como uma solução fácil”. Veja alguns tratamentos oferecidos na capital.
Tabagismo
Ao baixar a guarda, o paciente permite que o terapeuta crie novas conexões mentais, que substituem a sensação positiva atrelada ao cigarro pelo prazer em algum alimento saudável. Depois de alguns meses de terapia, o fumante deixa de sentir a necessidade do cigarro.
Dores crônicas
As pessoas sentem a dor em níveis diferentes: as mais sensíveis, ou em tratamentos dolorosos, podem interromper algumas conexões neuronais e, com isso, reduzir a sensação ruim. A mesma técnica ajuda a diminuir a náusea que se segue às sessões de quimioterapia.
Distúrbios alimentares
Criada no Rio Grande do Sul e disponível em São Paulo, uma forma curiosa de hipnose ajuda nos casos de compulsão alimentar: o paciente é convencido de que um balão imaginário foi colocado em seu estômago. Com isso, a saciedade vem mais rápido e o apetite diminui.
Depressão
Depois de uma consulta de avaliação, que costuma demorar até duas horas, o profissional identifica o perfil psicológico do paciente e seu nível de hipnose (quase todas as pessoas são hipnotizáveis, mas em graus diferentes). A partir daí, em sessões semanais, a questão é tratada
Dor de dente
Antes de ligar o famoso motorzinho, o dentista coloca o paciente em estado hipnótico. Induzido, o cliente não ouve os ruídos tão temidos. O profissional pode até trocar o ruído do obturador pelo som de uma cachoeira, por exemplo. Durante as cirurgias mais difíceis, a técnica reduz a sensação de dor.
Ansiedade
Um dos usos mais comuns da hipnose trata de crises de ansiedade, síndrome do pânico e fobias dos mais diversos gêneros. A técnica ajuda a pessoa a substituir o medo por sensações positivas e agradáveis. O pavor de aranha (ou a claustrofobia de entrar em elevador), por exemplo, pode se transformar numa leve sensação de expectativa.