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Tomie Ohtake morre aos 101 anos

Artista plástica estava internada no Hospital Sírio-Libanês desde o dia 2 por causa de uma pneumonia

Por Veja São Paulo
Atualizado em 5 dez 2016, 12h48 - Publicado em 12 fev 2015, 13h42

A artista plástica Tomie Ohtake morreu por volta das 12h30 desta quinta-feira (12). Ela estava internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Sírio-Libanês, na Bela Vista, desde terça-feira (10), após ter sido encaminhada à instituição no dia 2 com pneumonia. A causa da morte foi um choque séptico causado por agravamento do quadro de pneumonia.

Aberto ao público, o velório será realizado nesta sexta-feira (13) no Instituto Tomie Ohtake, em Pinheiros, das 8h às 14h. Em seguida, seu corpo será cremado em cerimônia fechada aos familiares.

+ Artistas e curadores falam sobre o legado de Tomie Ohtake

A artista nasceu em Kyoto, no Japão, em 21 de novembro de 1913, caçula e única mulher de seis filhos. Veio para o Brasil em 1936 encontrar um irmão que já vivia por aqui e acabou se estabelecendo em São Paulo.

Após um mês, conheceu o engenheiro agrônomo Oshio Ohtake, com quem se casou e teve seus dois filhos, Ruy e Ricardo. Só começou a pintar aos 39 anos de idade, a partir de aulas com Keiya Sugano.

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Apenas dez meses depois, Tomie expôs suas telas, então figurativas, no Masp, vencendo salões de arte em São Paulo e Brasília. Integrou o Grupo Seibi, do qual fazia parte o também japonês radicado no Brasil Manabu Mabe (1924-1997).

+ Confira um guia de obras públicas de Tomie Ohtake

Na década de 60, aproximou-se do abstracionismo, estilo que a consagrou. Dizia que, como na arte oriental, procurava a síntese em sua produção. Sua pintura que trabalha composições de cores e formas lhe renderam comparações com o americano Mark Rothko e fama nacional. Em 1960, venceu o Salão Nacional de Arte Moderna e no ano seguinte participou da Bienal de São Paulo. Nesta época naturaliza-se brasileira.

Na década de 70 ampliou sua gama de cores e formas e expôs gravuras na Bienal de Veneza. Nos anos 80 explorou a escultura e criou obras públicas como o Monumento à Imigração Japonesa, no canteiro central da Avenida 23 de Maio (1988), pela qual foi condecorada com a Ordem do Rio Branco, e um painel de 55 metros de altura na lateral de um edifício na Ladeira da Memória.

Em 2001, abriu o Instituto Tomie Ohtake, batizado em homenagem à artista, projetado pelo filho Ruy e dirigido por Ricardo.

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