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Temporal em São Paulo causa duas mortes e derruba 62 árvores

O temporal desta terça-feira foi causado por uma frente fria; a previsão para esta quarta é de pancadas e máxima de 28 graus

Por Estadão Conteúdo
Atualizado em 21 mar 2018, 08h55 - Publicado em 21 mar 2018, 08h50
Imagem mostra cidade alagada
Temporal - arquivo (Marcelo D. Sants / Frame/ Arquivophoto / Estadão Conteúdo/Veja SP)
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O temporal que atingiu a capital paulista nesta terça-feira (20), primeiro dia do outono, causou a morte de uma idosa e um bebê e deixou pelo menos seis feridos. Durante a forte chuva, houve desabamentos, queda de 62 árvores e a interdição de ruas e avenidas. Toda a cidade de São Paulo entrou em atenção para alagamentos e pelo menos 26 vias ficaram intransitáveis, entre elas a Marginal Tietê, a Rebouças e a Avenida 23 de Maio. Na manhã desta quarta-feira (21), reflexos da chuva ainda prejudicavam a vida de paulistanos. A cidade tinha lixo nas ruas e muitos semáforos não estavam funcionando.

A chuva começou à tarde e se estendeu até a noite em alguns bairros. O desabamento de barracos na favela Água Branca, na Zona Oeste, a região mais atingida, causou a morte de uma menina de 1 ano e 8 meses. Outras três pessoas ficaram feridas. “Foi uma cena horrível”, relatou uma moradora, que não quis se identificar. “Parecia dilúvio. A água veio de cima para baixo arrastando tudo.”

Segundo moradores, o desastre começou após uma ponte de madeira, construída pela comunidade, arrebentar e ser levada pela força das águas. “A ponte saiu arrastando os barracos que ficam no córrego. Isso tudo era tomado por barraco”, disse a moradora, apontando para uma parte da margem onde não se vê mais nenhuma casa em pé.
Segundo policiais, a menina Sofia estava com a avó na hora do desabamento. As duas foram socorridas, mas Sofia não resistiu. Outra criança ficou ferida, segundo a Polícia Militar.

No Limão, Zona Norte, Vitoriana Leão, de 85 anos, morreu após a casa desabar com a enxurrada. Outras duas pessoas ficaram levemente feridas. Desesperada para se salvar da correnteza, a aposentada Maria Dolores, de 67 anos, correu ao perceber que os móveis da casa estavam sendo arrastados. Era por volta de 15h30.

“Veio geladeira, mesa, veio tudo.” Entre os escombros, encontrou a mãe, cadeirante, já morta. “Tentei me salvar, mas não consegui salvar minha mãe. Foi muito rápido. Se tentasse fazer algo, morríamos as duas.” A família, que vivia na casa desde 1959, dependia da ajuda de vizinhos à noite. “Perdemos tudo.”
Já em Alto de Pinheiros, Zona Oeste, um homem ficou gravemente ferido após ser atingido por uma árvore, que caiu na Rua Sílvia Celeste de Campos, e foi levado ao Hospital das Clínicas.

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Segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências, órgão municipal, a média de precipitação na capital foi de 35,1 milímetros ontem, 20% do previsto para março (175,5 mm). As regiões mais afetadas foram oeste (65,1 mm) e centro (55,3 mm). Em nota, a Prefeitura lamentou as mortes e disse que a precipitação foi “muito acima da média”.
Até às 23h desta terça, os Bombeiros registravam pelo menos 62 árvores caídas e 25 ocorrências relacionadas a pessoas ilhadas ou desabamentos.

A forte chuva travou o trânsito. Carros eram vistos boiando em vários pontos e moradores circulavam com água até a altura do peito.

Vias importantes como a Avenida 23 de Maio e a e 9 de Julho ficaram interditadas, no sentido do Aeroporto de Congonhas. O Túnel do Anhangabaú, no centro, ficou fechado por pelo menos meia hora. A Rebouças, Zona Oeste, e a Marginal Tietê, na Zona Norte, também ficaram alagadas.

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Às 20 horas, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) apontava lentidão em 9,7% das vias monitoradas na cidade – valor acima da média superior para o horário, de 6,2%.

A aposentada Rumely de Francischi, de 68 anos, lamentava o congestionamento no início da noite. “Fiquei uma hora e meia parada a 500 metros da minha casa”, contou ela, moradora da Pompeia, na Zona Oeste.

Na Barra Funda, mesma região, motoristas levavam mais de uma hora para percorrer um quilômetro e passageiros dos ônibus preferiam descer e caminhar. Houve ainda lentidão na circulação de trens da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e do Metrô.

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Duas pessoas ficaram feridas por causa das chuvas no interior paulista. Em São Roque, um raio caiu perto de um jovem que se abrigava do temporal em um ponto de ônibus. O rapaz desmaiou e foi levado ao hospital.

Na Rodovia Castelo Branco, um carro deslizou na pista molhada e tombou em Itu. Pelo menos uma pessoa ficou ferida. São Carlos ficou debaixo d’água. A chuva forte, com mais de uma hora, transformou ruas em córregos e encobriu praças e jardins. Carros foram arrastados.

Em Sorocaba, parte do muro do aeroporto estadual caiu e a cobertura do estacionamento do prédio da Câmara desabou, atingindo pelo menos três carros. Não houve feridos. Em São José dos Campos, houve chuva de granizo.

O temporal desta terça-feira, diz a Climatempo, foi causado por uma frente fria. A previsão para esta quarta é de pancadas e máxima de 28 graus.

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