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Teatros municipais passam por revitalização e têm aumento de público

Com programação diversificada e de interesse popular, locais mantidos pela prefeitura possuem espetáculos com ingressos de até 40 reais

Por Dirceu Alves Jr.
Atualizado em 14 fev 2020, 15h56 - Publicado em 4 out 2019, 06h00
O Teatro João Caetano, na Vila Clementino: 438 lugares esgotados para a peça inferno, um interlúdio expressionista (Rogerio Pallatta/Veja SP)
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Uma surpreendente movimentação, com direito a pipoqueiros na porta, vem sendo percebida nos últimos meses diante dos teatros da prefeitura de São Paulo. Espalhadas por Santana, Santo Amaro, Vila Clementino, Lapa, Mooca e Vila Formosa, entre outros bairros, estão dez confortáveis casas de espetáculos, sete delas teatros de rua e outras três situadas em centros culturais. Os ingressos não ultrapassam os 40 reais ou, algumas vezes, são gratuitos. Apesar disso, esses teatros eram rejeitados pelos artistas por ser conhecidos como “cemitérios de público”. Encontrar uma média de dez gatos-pingados por sessão se fazia rotina e de nada adiantava a produção ter equipe técnica disponível e isenção no aluguel. O espectador ignorava as atrações oferecidas.

O cenário começou a mudar com a posse, em abril, do ator e diretor Pedro Granato como coordenador dos centros culturais e teatros do município. Com uma proposta de descentralização na curadoria, programação regular de acordo com o perfil do espaço e divulgação forte nos bairros, Granato alcançou um significativo resultado na ocupação. Também se tornou comum ver nos palcos municipais atores conhecidos como Renato Borghi, Miriam Mehler ou Denise Weinberg. O público da comédia As Atrizes, escrita por Juca de Oliveira, ultrapassou 1 500 pessoas em seis noites de agosto no Teatro João Caetano. Neste Mundo Louco, Nesta Noite Brilhante, drama com a atriz Débora Falabella, encerra temporada no tradicional Anchieta do Sesc Consolação neste domingo (6) e ocupa a sala da Vila Clementino a partir da quinta (10). “Débora tem grande apelo popular e, no João Caetano, não interessa levar setenta ou oitenta pessoas, queremos casa cheia”, afirma Granato.

Pedro Granato, diretor cultural da Secretaria da Cultura de SP
Pedro Granato: descentralização na curadoria e divulgação de atrações (Rogerio Pallatta/Veja SP)

Até o fim de agosto, os teatros e centros culturais reuniram 664 000 espectadores. O número ultrapassa o total de 612 263 registrado durante o ano de 2018. A expectativa é fechar 2019 com um público de 1 milhão de pessoas. A verba anual da Secretaria Municipal de Cultura destinada para a contratação de espetáculos e realização de oficinas é de 5, 5 milhões de reais (de um total de 435 milhões de reais do orçamento dessa secretaria).

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O Teatro Alfredo Mesquita, em Santana, deu um salto com peças leves e de temática regional, como Di Repente. Na Lapa, o Cacilda Becker recebe atrações mais intelectualizadas, como Ricardo III ou Cenas da Vida de Meierhold, dirigida por Clara Carvalho. O humorista Oscar Filho fez rir o Martins Penna, na Penha. O Décio de Almeida Prado, no Itaim Bibi, prioriza montagens LGBT e, depois do sucesso de Eu Sei Exatamente Como Você Se Sente e Lembro Todo Dia de Você, comandadas por Zé Henrique de Paula, abre pauta para o ator Eduardo Martini com um festival da diversidade. As peças Angel, Depois Daquela Noite e Chorávamos Terra Ontem à Noite estreiam nesta semana. “Existe um grande público para as temáticas LGBT e negra, assim como muitos desejam ver comédias do Juca de Oliveira ou clássicos do Grupo Tapa, então queremos essa abrangência em cena”, declara Granato, que, para 2020, convidou as companhias Clowns de Shakespeare e Dos à Deux para temporadas na cidade.

Teatro Alfredo Mesquita
(Sylvia Masini/Veja SP)

10 salas pertinho de você

> Teatro Alfredo Mesquita. Avenida Santos Dumont, 1770, Santana.
Inauguração: 1988
Capacidade: 198 lugares

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> Teatro Arthur Azevedo. Avenida Paes de Barros, 955, Mooca.
Inauguração: 1952
Capacidade: 349 lugares

Teatro Cacilda Becker
(Sylvia Masini/Veja SP)

> Teatro Cacilda Becker. Rua Tito, 295, Lapa.
Inauguração: 1988
Capacidade: 198 lugares

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> Teatro Flávio Império. Rua Professor Alves Pedroso, 600, Cangaíba.
Inauguração: 1992
Capacidade: 206 lugares

> Teatro João Caetano. Rua Borges Lagoa, 650, Vila Clementino.
Inauguração: 1952
Capacidade: 438 lugares

> Teatro Leopoldo Fróes. Rua Antônio Bandeira, 114, Santo Amaro.
Inauguração: 2013
Capacidade: 111 lugares

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Teatro Decio de Almeida
(Sylvia Masini/Veja SP)

> Teatro Décio de Almeida Prado. Rua Lopes Neto, 206, Itaim Bibi.
Inauguração: 2008
Capacidade: 186 lugares

> Teatro Martins Penna. Largo do Rosário, 20, Penha.
Inauguração: 1970
Capacidade: 198 lugares

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> Teatro Paulo Eiró. Avenida Adolfo Pinheiro, 765, Santo Amaro.
Inauguração: 1957
Capacidade: 468 lugares

> Teatro Zanoni Ferrite. Avenida Renata, 163, Vila Formosa.
Inauguração: 2010
Capacidade: 204 lugares

Publicado em VEJA SÃO PAULO de 09 de outubro de 2019, edição nº 2655.

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