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Marca paulistana de camisetas com frases feministas cai no gosto de famosas

Criada pelas sócias Janaína Ayres e Silvia Renée, 'Tangerina Moon' é slow fashion com foco na sustentabilidade e estampas descoladas

Por Mattheus Goto
8 mar 2024, 06h00
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As donas do negócio: Silvia Renée e Janaína Ayres  (Maria Ribeiro/Divulgação)
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“No céu que eu acredito, as estrelas são todas rebeldes.” Escrita pela atriz Maria Ribeiro em um post do Instagram para homenagear a rainha do rock, Rita Lee, a frase não passou despercebida por Janaína Ayres e Silvia Renée. Donas da Tangerina Moon, loja virtual de camisetas, elas logo trataram de transformar a citação em estampa: “Quando a gente leu, teve certeza: ali estava uma camiseta.”

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A nova estampa da marca: frase de Maria Ribeiro em homenagem a Rita Lee (Maria Ribeiro/Divulgação)
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A nova estampa da marca: frase de Maria Ribeiro em homenagem a Rita Lee (Maria Ribeiro/Divulgação)

Rapidamente, o modelo se tornou um dos mais vendidos da marca paulistana que, apostando em mensagens empoderadas para o público feminino, caiu no gosto de uma turma cheia de atitude, já apareceu em diversos programas de televisão e também está por toda a internet.

Melhores amigas desde 2007, Janaína e Silvia se conheceram enquanto trabalhavam em uma empresa de moda esportiva. A ideia de fundar o próprio negócio surgiu quase dez anos depois, em 2016, quando a crise financeira abalava o país. Com a demissão das duas e cansadas da rotina acelerada, elas decidiram empreender. “Eu queria trabalhar slow mesmo, na contramão dessa moda fast fashion”, conta Janaína. “Foram muitos anos em escritório e fábrica, criando sem parar”, acrescenta.

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Contas feitas, elas garantiram que teriam uma poupança para viver por pelo menos dois anos e começaram investindo 500 reais na criação do primeiro produto, um sapato de crochê feito à mão pelas duas. A premissa era fazer “um produto novo e diferente”. “Tivemos dificuldade em conseguir apoio para além de amigos e conhecidos, mas conseguimos nos inserir em feiras como a Jardim Secreto, que fomenta e valoriza pequenos produtores locais”, conta Silvia.

Em 2018, surgiu a ideia de fazer uma camiseta inspirada nessa rede de apoio, e elas lançaram a estampa da Mulher-Maravilha segurando duas agulhas de crochê com a mensagem “Support your local gang”. “Foi nosso primeiro sucesso depois de dois anos lutando. Vendemos tudo em um fim de semana”, lembra Silvia. “Conseguimos traduzir nosso sentimento em uma peça de roupa e outras pessoas se identificaram”, acrescenta Janaína.

As clientes famosas, como a chef Helena Rizzo, a apresentadora Roberta Martinelli e a escritora Camila Fremder, começaram a pipocar espontaneamente desde então. Uma das primeiras foi a apresentadora Sarah Oliveira, que usou um modelito da Tangerina Moon em um programa comandado por Taís Araujo na TV Globo.

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Helena Rizzo vestindo camiseta da Tangerina Moon nas redes sociais (Instagram/Reprodução)
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A apresentadora Roberta Martinelli usando Tangerina Moon (Nadja Kouchi/Divulgação)
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Camila Fremder nas redes sociais usando Tangerina Moon (Instagram/Reprodução)
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“De um jeito muito natural, começamos a chegar em gente muito famosa”, conta Janaína. “Isso deu credibilidade, mostrando que era uma marca de verdade.” De compradora assídua, Sarah logo se tornou parceira comercial e assinou uma coleção colaborativa inspirada em ícones da música, de Gal Costa a David Bowie. Estampado entre as peças mais recentes está o título da música de Grace Jones: “I’m Not Perfect (But I’m Perfect for You)”.

As camisetas, feitas com algodão certificado e vendidas a partir de 135 reais, são o carro-chefe da marca até hoje, mas há também saias, moletons, jeans e acessórios, que seguem a mesma linha, alinhando mensagens irreverentes à produção ética e sustentável.

Sem funcionários, Janaína e Silvia são responsáveis por todo o processo, desde a idealização das estampas até a atualização das redes sociais, que conta com quase 42 000 seguidores só no Instagram. “Parece uma marca grande, mas funciona na minha casa”, diz Silvia, que trabalha agora na primeira coleção com peças de tule. Ninguém tem dúvida de que não será nada basiquinha.

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Publicado em VEJA São Paulo de 8 de março de 2024, edição nº 2883

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