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Sempre falta alguma coisa

Estou no Aeroporto de Congonhas, que acaba de passar por uma tremenda reforma. Pego o cartão de embarque. Vôo imediato. Decolo pelo saguão. Aterrisso na escada rolante. Alço vôo até o portão de embarque. Sou um dos últimos passageiros a entrar. Sento, exausto. Ótimo. Valeu por uma aula na academia! Só não perdi o vôo […]

Por Walcyr Carrasco
Atualizado em 5 dez 2016, 19h44 - Publicado em 18 set 2009, 20h19
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  • Estou no Aeroporto de Congonhas, que acaba de passar por uma tremenda reforma. Pego o cartão de embarque. Vôo imediato. Decolo pelo saguão. Aterrisso na escada rolante. Alço vôo até o portão de embarque. Sou um dos últimos passageiros a entrar. Sento, exausto. Ótimo. Valeu por uma aula na academia! Só não perdi o vôo porque fui a jato. Mas e se tivesse mais idade ou alguma deficiência física?

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    Os grandes aeroportos internacionais dispõem de esteiras rolantes. É fácil ir e voltar. Tanto Congonhas como Guarulhos não as possuem. Ao se realizar a ampliação, por que não colocaram as tais esteiras, que facilitam a locomoção de idosos, crianças, deficientes e das pessoas em geral, impedindo inclusive que tropecem umas nas outras na correria?

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    Fazem-se as obras, mas sempre falta algo. Tudo é quase bom. Como a Avenida Jornalista Roberto Marinho, antiga Águas Espraiadas. Gastou-se uma fortuna para construí-la. O traçado inicial ia da Marginal até a Imigrantes. Seria uma alternativa para desafogar o conturbado trânsito da Bandeirantes. Dia desses errei um caminho e cheguei até o final. Ela termina em um muro! Sim, uma avenida daquele tamanho acaba, sem mais, em um muro ladeado por ruazinhas estreitas! Seria perfeita, se não faltasse um bom pedaço!

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    Eu dou graças a Deus todos os dias por não ser um deficiente e obrigado a viver em uma cidade como a nossa. Lançam-se exigências para facilitar acesso aos deficientes físicos. Todos os teatros e museus são obrigados a ter, por exemplo. Outro dia fui até o Museu da Língua Portuguesa. Tem uma bela rampa. Procurei um acesso correspondente na calçada e não encontrei. Não há também na ilha que separa o museu da Pinacoteca. Na maior parte dos teatros é assim. Se o deficiente conseguir chegar até a porta, há o acesso. Mas como vai até lá? Voando? Por ser deficiente físico não tem direito a atravessar uma rua, já que as calçadas na sua maior parte não facilitam? A preocupação existe. Seria ótima, se não faltasse uma coisa aqui, outra ali…

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    E os painéis de ônibus da Avenida Nove de Julho, com tempos de chegada das linhas em tempo real? Foram lançados com barulho. Fiquei orgulhoso. Coisa de Primeiro Mundo. Pois bem, andam apagados há tempos. Ou seja, temos o painel, gastou-se na tecnologia, mas falta… ligar! Já o teatro do Memorial da América Latina não tem coxias para os atores esperarem sua deixa! Isso inviabiliza um número imenso de espetáculos, por falta de condições técnicas! É lindo, mas faltam as… coxias!

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    Quanto ao Museu da Escultura, seria cômico se não fosse sério! Foi aberto sem ter um acervo de… esculturas! Durante muito tempo foi basicamente alugado para festas, eventos. Abriga ainda uma feira de antiguidades. Só agora se vêem algumas obras esparsas aqui e ali. Poucas. Seria maravilhoso para uma cidade ter um Museu da Escultura se… não faltassem as próprias esculturas!

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    Da mesma forma é o Parque Villa-Lobos. Acredito que seja o único no mundo inaugurado sem árvores. Plantaram-se mudas. Algumas já cresceram, a maior parte ainda está ganhando corpo. Não houve um sólido projeto de replantio de árvores adultas desde o início. Isso é que é fazer para a posteridade! Seria um lindo parque se não faltassem… árvores! (Na ocasião, aprovou-se a verba para um teatro de ópera no local. Pelo menos, vi no jornal. Nunca mais ouvi falar!)

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    Perdi o fôlego! Quanto mais penso, mais lembro. A cidade possui obras e projetos maravilhosos. Idéias não faltam. Mas o duro é que… sempre falta alguma coisa.

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