Plano Diretor não será votado nesta terça, diz presidente da Câmara
Manifestantes prometem acampar em frente à Casa até que projeto passe pelo crivo dos vereadores
O presidente da Câmara Municipal, vereador José Américo (PT), afirmou, em reunião com líderes do MTST na tarde desta terça-feira (24), que o Plano Diretor não será levado à votação hoje. Segundo ele, o projeto deve entrar na pauita de quinta ou sexta.
No momento, cerca de 700 pessoas, segundo a Polícia Militar, estão em frente ao prédio do Legislativo municipal. Ligadas ao MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto), elas tentavam pressionar o vereadores para que o plano fosse submetido hoje ao crivo dos parlamentares.
Os sem-teto montaram barracas e prometeram ficar acampados no local até a votação do Plano Diretor. Duas faixas do viaduto Jacareí estão bloqueadas pelos manifestantes.
O projeto – que direciona o crescimento da capital nos próximos 16 anos – é visto como essencial para o MTST pela possibilidade de tirar do papel a construção de moradias populares nas zonas especiais de interesse social.
Durante o ato desta tarde, que transcorre sem incidentes até o momento, o MTST exibiu cartazes com foto do vereador José Police Neto, acusado pelos sem-teto de defender o interesse de empreiteiras e de travar a aprovação do plano.
Guilherme Boulos, um dos líderes do movimento, deve se reunir às 18 horas com o governador Geraldo Alckmin. Segundo os organizadores do MTST, além da moradia, serão tratadas questões relativas à falta de água, à saúde e ao transporte.
+ Câmara exclui Copa do Povo do Plano Diretor
Na madrugada do último sábado (21), integrantes do MTST ocuparam mais um terreno na capital. Segundo a Polícia Militar, cerca de 800 pessoas se alojaram em um espaço na Vila Praia, no Morumbi, chamado de Ocupação Portal do Povo. Atualmente, o grupo organiza três grandes ocupações na cidade: a Copa do Povo (Itaquera), a Nova Palestina (M’Boi Mirim) e a Faixa de Gaza (Paraisópolis).
Em maio, a Secretaria Municipal de Habitação divulgou que a capital tem noventa áreas, entre terrenos baldios, casas e prédios, ocupadas por sem-teto em diferentes regiões. São 130 000 famílias na “fila” por moradia e 30 000 que recebem auxílio-aluguel. O deficit habitacional em São Paulo é de 230 000 moradias.