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São Paulo e Rio de Janeiro não recuperam lojas fechadas pela recessão

A crise atingiu tanto lojas instaladas em bairros do centro da cidade, como as que ficam em distritos mais ricos e também aquelas localizadas na periferia

Por Estadão Conteúdo
Atualizado em 14 fev 2020, 15h54 - Publicado em 21 out 2019, 09h53
Comércio Jardins
Comércio Jardins (Mario Rodrigues/Veja SP)
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Dois anos e meio depois do fim da recessão, os principais centros de comércio varejista do país, as cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro, ainda não se recuperaram totalmente do baque que levou ao fechamento de lojas.

A crise foi “democrática” em ambas as capitais. Isto é, atingiu tanto lojas instaladas em bairros do centro da cidade, como as que ficam em distritos mais ricos e também aquelas localizadas na periferia, revela um estudo da Confederação Nacional do Comércio (CNC), feito com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados. O Caged reúne informações sobre estabelecimentos formais.

Na capital paulista, entre abertura e fechamento de lojas formais, 20.032 pontos de venda encerraram as atividades entre 2015 e 2017. Mesmo com a reação do comércio em 2018, quando o saldo de lojas foi positivo em 1.641 pontos de venda, e do resultado favorável no primeiro semestre deste ano, com a abertura de 3.349 lojas, descontadas as que fecharam, o saldo na cidade de São Paulo estava negativo 15.042 lojas ao final do primeiro semestre deste ano.

Bairros do centro, como Sé e República, encabeçam a lista dos que mais tiveram estabelecimentos fechados desde 2015 até o primeiro semestre deste ano. Mas Itaim Bibi, que reúne lojas voltadas para consumidores de maior renda, e Itaquera, localizado na periferia da cidade, ocupam a terceira e a quarta posição, respectivamente, entre os que tiveram o maior número pontos encerrados.

No Rio de Janeiro, o quadro é mais crítico, observa o economista-chefe da CNC e responsável pelo estudo, Fabio Bentes. Por conta da crise fiscal enfrentada pela cidade, entre abertura e fechamento de lojas, a capital fluminense acumula saldo negativo de 4.965 pontos de venda desde 2015 até o primeiro semestre deste ano e em nenhum desses anos houve reação positiva. “Como o setor público emprega boa parte da população, a situação fiscal frágil da cidade atrapalha o desempenho do comércio”, observa.

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O centro do Rio, seguido por bairros tradicionais, como Copacabana e Botafogo, e por distritos mais distantes, como Santa Cruz e Madureira, estão entre os que mais tiveram lojas fechadas em quatro anos e meio.

Tanto no Rio como na capital paulista, as lojas que vendem produtos ligados diretamente à renda foram as mais afetadas. No Rio, o saldo de lojas fechadas de itens de vestuário no período foi de 1.260 e em São Paulo, de 3.655.

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