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São Paulo do futuro: o que esperar para as salas de cinema

Experiências, telas e sons mais potentes são algumas das novidades

Por Miguel Barbieri Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 24 jan 2019, 15h44 - Publicado em 24 jan 2019, 15h40
Projeto do novo cinema do JK Iguatemi: a primeira tela de LED do Brasil (Divulgação/Divulgação)
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SALAS DE CINEMA

O público vem em um crescendo na última década, com quedas apenas nos últimos dois anos. Para efeito de comparação, em 2008 houve 89 milhões de espectadores, contra 164 milhões em 2018. Transformações constantes mantêm as plateias cativas. O luxuoso complexo do JK Iguatemi, da mexicana Cinépolis, passa por uma grande reforma. Haverá projeção a laser, que permitirá imagens de alto contraste com muito mais brilho, e a primeira tela de LED do Brasil, com luminosidade até dez vezes maior do que a das tradicionais. “Outra tendência que deverá crescer será o uso das salas para eventos corporativos e exibições de conteúdo diferenciado”, prevê Luiz Gonzaga De Luca, presidente da Cinépolis Brasil. A americana Cinemark aposta em um resgate do modelo dos minicomplexos. Segundo Marcelo Bertini, presidente da rede no Brasil, a ideia é quase a mesma dos minimercados das grandes marcas: “As pessoas querem resolver tudo dentro do próprio bairro”. Seria algo como uma retomada do conceito do Kinoplex Itaim, aberto em 2003. A Cinemark dá a largada com quatro salas em 2020 em um empreendimento da Helbor que reúne hotel, lojas, restaurantes e apartamentos residenciais na Avenida Rebouças.

STREAMING

Da Netflix à Amazon Prime Video, passando por NOW, Looke e Google Play, há cerca de oitenta serviços de streaming no país. A parceria entre esses negócios e os cinemas tende a crescer, sobretudo com o surgimento de novas plataformas, como o Disney+, que pretende englobar produções do estúdio do Mickey, da Marvel e da grife Star Wars. Para Fabio Lima, sócio da Sofá Digital, que distribui conteúdos em streaming para NOW e iTunes, os canais precisam diminuir o tempo entre a estreia no cinema e no streaming. Ele cita como um bom exemplo a rede de cinemas inglesa Curzon, que lança filmes independentes nas salas e no mesmo dia já os disponibiliza em sua plataforma digital, a Curzon Home Cinema. Os planos de crescimento da Netflix são ambiciosos. Segundo o jornal The New York Times, o gigante pretende lançar 55 produções originais por ano, algumas com orçamento de até 200 milhões de dólares. Vem querendo obter o reconhecimento do mercado exibidor, já que seus longas de maior prestígio estão sendo lançados, sobretudo nos Estados Unidos, simultaneamente nos cinemas e no streaming e têm ganhado prêmios.

HOME THEATER

Telas maiores e áudio cada vez mais potente. A indústria de eletrônicos está se preparando para atrair o consumidor, e o “cinema em casa” tende a ficar mais fiel ao cinema real. É no que acredita Orlando Barrozo, editor-chefe da revista Home Theater. Outra função que, em breve, será oferecida nos aparelhos das marcas Sony, Philips e da chinesa TCL é o Google Assistant. “Haverá uma grande mudança de comportamento com os assistentes de voz nas TVs, já que não será preciso usar o controle remoto para mudar de canal nem o celular ou um app para pedir uma pizza ou chamar um táxi. Tudo será resolvido com a televisão”, acredita Barrozo.

Publicado em VEJA SÃO PAULO de 30 de janeiro de 2019, edição nº 2619. 

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