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Santa Casa consegue empréstimo e usa prédio na Paulista como garantia

Dinheiro liberado será usado para sanar dívidas com fornecedores e funcionários e garantir funcionamento do hospital até janeiro

Por Juliana Deodoro
Atualizado em 1 jun 2017, 17h08 - Publicado em 23 dez 2014, 17h27
santa casa de misericórdia são paulo
santa casa de misericórdia são paulo ( Márcio Fernandes/Estadão/)
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A mesa diretora da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo aprovou nesta terça (23) uma manobra para garantir o funcionamento do hospital neste fim de ano. Um prédio na Avenida Paulista que pertence à instituição será usado como garantia em um empréstimo com a Caixa Econômica Federal. A dívida imediata, que se refere a gastos com salários e décimo terceiro de funcionários e fornecedores, é de 44 milhões de reais. O imóvel, de acordo com o superintendente da instituição Irineu Massaia, está avaliado em 70 milhões de reais.

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Na última segunda (22), a direção chegou a informar funcionários que o hospital poderia fechar na sexta (26), por causa da dívida. Serviços como lavanderia, nutrição dietética e transporte de pacientes seriam os principais afetados. “O recurso não tem chegado na velocidade que se precisa. Mais que um problema financeiro, temos um problema de credibilidade. Agora, temos condições de continuar as negociações e a perspectiva formal de que o recurso vai chegar em tempo hábil”, disse o superintendente Massaia. 

“Este foi um passo fundamental para que consigamos sobreviver mais um mês”, afirma o médico Tercio de Campos, do movimento Santa Casa Viva. O grupo, formado por médicos e funcionários, quer o afastamento definitivo do provedor Kalil Abdalla Rocha, que entrou com pedido de licença de 90 dias, até que a sindicância interna sobre a dívida da instituição seja terminada. “Estamos dando nosso voto de confiança ao plano de reestruturação apresentado pelo superintendente. Mesmo com salários atrasados, vamos continuar trabalhando” , diz Campos.

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Crise

Em julho deste ano, a Santa Casa suspendeu os atendimentos de urgência e emergência de todas as especialidades do pronto-socorro. A direção afirmava não ter recursos para pagar fornecedores de insumos hospitalares, como seringas e medicamentos, e por isso foi obrigada a fechar as portas.

Kalil Rocha Abdalla por Mario Rodrigues
Kalil Rocha Abdalla por Mario Rodrigues ()
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Pressionado por membros da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e por funcionários do complexo hospitalar, o advogado Kalil Rocha Abdalla, de 73 anos, anunciou no último domingo (21) que vai se licenciar por pelo menos 90 dias do cargo de provedor da instituição. Não satisfeitos apenas com a licença, cerca de 100 funcionários fizeram um protesto na manhã desta segunda (22) pedindo a renúncia de Abdalla.

A entidade filantrópica vive crise financeira, agravada durante a gestão do advogado, quando o déficit passou de 80 milhões de reais para mais de 400 milhões de reais. Ele está à frente da Santa Casa desde 2008 e cumpre seu terceiro mandato como provedor. Auditorias encomendadas pelo governo do Estado apontaram indícios de má gestão, até mesmo sobrepreços em contratos firmados pela Santa Casa.

O hospital, que é privado, mas não tem fins lucrativos, atende diariamente 10 mil pacientes. Desses, Abdalla estima que metade dê entrada pelo pronto-socorro.

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