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Saiba o que os paulistanos conversam

A equipe de VEJA SÃO PAULO saiu às ruas para ouvir o que os paulistanos andam conversando nos bares, nos elevadores, nas baladas...

Por Redação
Atualizado em 14 Maio 2024, 09h30 - Publicado em 23 abr 2010, 21h53

Bares

— Me chama de filha agora que ele está vindo. Vai!

— Está bom, filha. Entendi, filha.

— Você viu a cara do garçom? Eu não disse que ele tinha pensado que eu era sua namorada trinta anos mais jovem?

Pai e filha, no Astor. Ele aparentando 45 anos. Ela, 20 e poucos.

— Ela tem um pouco de barriga, na medida.

— Qual medida?

— Na medida em que ela tem coisas mais interessantes para fazer do que ficar o dia todo na academia e quando ela sai com você não pede salada nem caipirinha com adoçante.

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Dois homens com até 30 anos, um moreno de cabelo raspado, outro loiro de cabelos curtos, no Astor.

— Gosto de domingos com clássicos do futebol porque podemos escolher… Para procurar homens, é só ficar perto de uma televisão. Senão, basta correr para um bar sem transmissão.

Mulher com cerca de 30 anos conversando com a amiga durante o jogo
São Paulo x Santos, no Balcão.

— Eu perdi muitos amigos na vida, e as razões são sempre as diferenças no futebol ou as semelhanças no gosto pelas mulheres.

Homem perto dos 40 anos, no Balcão.

— Em alguns momentos, sinto que me olham mais feio por eu ser carioca do que se fosse argentina.

Mulher carioca com bastante sotaque, aproximadamente 35 anos, no Balcão.

— O planeta está em modo vibra-call…

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Homem, 25 anos, em meio a uma conversa sobre os recentes terremotos da Terra no Syndikat Jazz Club & Bar.

Praça de alimentação

— Um cara entrou com tudo na vaga que uma mulher estava esperando no estacionamento. Ela voltou e riscou todo o carro do homem. Era uma mulher loira, elegante, bem-vestida, com ar de mulher muito rica, sabe?

— Nossa, que absurdo!

— Comecei a gritar com ela, perguntei o que estava fazendo, e ela disse que aquele cara merecia. E me contou tudo o que aconteceu… Aí, claro que eu saí de perto, senão ia sobrar para mim também… Nem chamei o segurança nem nada.

— Minha mãe fez algo parecido uma vez. Ela furou os quatro pneus do carro de um cara que também entrou na vaga dela, quando ela já estava dando ré para estacionar. E ela falou que foi muito benfeito. Eu cheguei a ficar com medo dela. Juro!

— É, agora imagine nós, homens, dirigindo no meio de mulheres estressadas e loucas desse jeito…

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Dois homens, entre 35 e 40 anos, no MorumbiShopping.

Cinema (fila do festival ‘É Tudo Verdade’)

— Nossa ideia era almoçar aqui no centro e depois vir ao cinema, mas não encontramos nenhum restaurante aberto. Uma pena. O centro é tão bonito, mas segue abandonado.

Casal em conversa com outro, esperando para retirar ingresso para o festival.

— O cara gritou bravo e saiu da sala… Acho que ele estava bravo mesmo…

— Eles colocam cinco filmes brasileiros juntos pra ver se alguém aguenta…

— São os pseudocineastas brasileiros.

Dois rapazes, criticando a programação do festival.

Elevadores

— E daí que a loja está em promoção? Preciso levar todas as roupas de lá por causa disso?

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Homem de 40 anos, para a mulher, no Shopping Iguatemi.

— Demora pra chegar, não?

Homem de aproximadamente 50 anos, com sotaque americano, no Edifício Itália, que tem 42 andares.
Baladas
— Ela me perguntou onde conseguia comprar uma calça baratinha, para “bater”. Eu disse que podia ir na Diesel. Ela me perguntou quanto eu tinha pago na minha. Respondi: 2 200 reais.
Uma mulher de aproximadamente 30 anos, no banheiro do Club A.

— Ou você sai, ou te quebro inteiro!

— A festa ainda não acabou.

— Acabou para você.
Segurança, colocando um garoto de 20 anos para fora do Astronete.

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— Só tem homem nesta balada.
Garota de 20 anos, ao perceber que estava cercada de homens em uma festa gay do Cartel Club.

— Mulher não tem amiga, tem concorrente. São todas traiçoeiras. Nem vou começar a falar, porque fico alterada.
Garota de 25 anos, na saída do Cartel Club.

— Você precisa rir mais. Quem não ri não produz uma substância que serve para amolecer o coração. Você vai morrer com o coração duro.
Um jovem com menos de 20 anos, na Funhouse, sugerindo ao amigo que aproveitasse mais a vida.

— Terminei de escrever minha autobiografia.

— Mas quantos anos você tem?

— Tenho 32. É sobre como passei de evangélico fanático a roqueiro rebelde.

Homem com pinta de moderninho, para menina de 20 e poucos anos, na fila do banheiro do Astronete.
Teatro

— Era para ser didático ou confuso? Acho que eles queriam ser didáticos e acabaram confusos.

Homem em seus 30 anos, criticando a peça Policarpo Quaresma, no Teatro Sesc Anchieta.

— Vem, filha, vai ter peça.

— Você acha que eu vou ficar sentada como uma idiota aqui? Eu quero brincar!

Mãe, de quase 40 anos, e a filha, de uns 8, enquanto esperavam uma peça de teatro na área de convivência do Sesc Ipiranga.

Transporte público

— Vocês viram que a estação nova, que fica na Consolação, vai se chamar Paulista?

— É mesmo, né, mano? Parece que os caras do metrô não sabem se localizar (risos).

— Já pensou que confusão alguém chegando de fora, descendo na Estação Paulista e saindo na Consolação? (risos).

— Ou descendo na Consolação, que nem a gente, e dando de cara com a Paulista (risos)?

— Só, mano! Essa estação nova vai dar a maior confusão.

Quatro jovens com idade entre 16 e 20 anos, dentro de um trem da Linha 2 — Verde do metrô, no sentido Sacomã.

Poupatempo Sé

— Olha, pode parecer mesquinho, mas eu fico torcendo para que esses jovens que não respeitam o idoso tenham uma velhice bem ruim, bem infeliz mesmo.

Senhora de cerca de 75 anos, na fila do atendimento preferencial do posto bancário.

— Faltei um dia porque não estava bem e outro para levar meu filho ao médico. Quando voltei, me deram o trabalho de quatro pessoas. Eu disse que era revide, que não ia fazer, e me mandaram embora.

Mulher aparentando 30 anos, na fila do seguro-desemprego.

— Para trabalhar com o público tinha de ser feito, no mínimo, um teste de simpatia.

Homem de uns 40 anos, numa das muitas filas do local.

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