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Ciclistas marcam protesto contra roubos na Cidade Universitária

Frequentadores do local afirmam que pelo menos vinte bikes foram levadas somente neste ano; vídeo flagra a ação de assaltantes

Por Juliana Deodoro
Atualizado em 5 dez 2016, 15h18 - Publicado em 22 jan 2014, 19h14

Preocupados com a série de roubos dentro da Cidade Universitária da USP, no Butantã, ciclistas que vão ao campus pedalar todos os dias marcaram um protesto no próximo dia 1º de fevereiro. Cálculos feitos pelos próprios frequentadores do local indicam que pelo menos 20 bikes foram roubadas somente neste ano, o que representa quase uma bicicleta por dia. Um vídeo que mostra a ação dos assaltantes circula na internet.

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As imagens mostram dois assaltantes em uma moto e o homem que está na garupa carrega uma bicicleta. Outros dois criminosos em outra motocicleta esperam. Um homem tenta roubar uma bike que está presa ao portão, mas não consegue. Os assaltantes fogem.

Segundo a empresária Vera Carletti, de 44 anos, os assaltos ocorrem principalmente no começo da manhã, entre 5h e 6h. Ela conta que vários grupos de treinamento utilizam o campus por ser um lugar com uma quantidade menor de carros e que o número de ciclistas aumentou depois que a ciclovia do Rio Pinheiros – outro ponto de treino – foi parcialmente fechada para obras da CPTM. “É o único lugar de São Paulo em que podemos treinar. Na cidade é impossível.”

Não há um local preferido pelos assaltantes para agir. Há relatos de ciclistas assaltados na Praça do Relógio, nas proximidades da Raia e na frente da Facudade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA). Motivados pela recente onda de crimes, os frequentadores pretendem se unir no dia 1º de fevereiro para pedir mais segurança. Até o momento, mais de 800 pessoas confirmaram participação.

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Um dos organizadores do protesto, o funcionário público Alexandre Ernesaks diz que os assaltos são resultado de dois fatores: o alto valor das bicicletas e o próprio modelo de segurança pública. O ciclista acredita ser fundamental que outros espaços, como o velódromo, sejam abertos ao público em geral. “A USP demonstra não com palavras, mas com atos que não quer ciclistas, nem corredores, nem qualquer outra pessoa dentro do campus.”

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Os casos de assaltos já começaram a mudar a rotina de quem anda pela Cidade Universitária. Segundo Vera, muitos ciclistas têm ido treinar com modelos mais baratos – algumas bikes usadas em competições chegam a custar 15 000 reais – ou estão simplesmente evitando a região. “Nunca fiquei com medo de pedalar na USP. Agora, ninguém quer passar por lá.” O treino marcado para esta quinta-feira (23) será transferido para o trecho da ciclovia do Rio Pinheiros que está liberado.

Segundo a Polícia Militar, por causa da recente frequência de roubos praticados contra ciclistas, o reforço de policiamento e novas medidas de segurança, principalmente nos locais e horários mais frequentes, estão sendo implementados. O comandante do policiamento da região vai se encontrar com os ciclistas e há a promessa de integração com a Polícia Civil para investigar os interceptadores dos itens roubados. Procurada, a USP nã se manifestou. 

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