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Ricardo Macchi em guerra contra o “Pânico”

"Quero dar um grito de 'chega'", afirma ator, que registrou queixa na polícia contra integrantes do programa

Por Alvaro Leme
Atualizado em 14 Maio 2024, 12h37 - Publicado em 26 Maio 2011, 21h57
Marcelo Nascimento
Marcelo Nascimento (Reprodução/)
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“Hoje virei o inimigo número 1 do ‘Pânico na TV’”, declara o ator Ricardo Macchi. Nesta quinta (26), ele registrou queixa na polícia contra integrantes do programa devido a uma reportagem exibida no último domingo, no programa da Rede TV. Tratava-se de uma entrevista que Sabrina Sato e Daniel Zukerman fizeram com Marcelo Nascimento, golpista preso por (entre outros crimes) enganar meio mundo passando-se por Henrique Constantino, filho do dono da empresa aérea Gol.

Um dos famosos ludibriados por Nascimento na ocasião foi Macchi. No “Pânico” do dia 22, Zukerman (protagonista do quadro “O Impostor”) aparece escrevendo uma carta para o detento como se fosse o ator, revelado na novela “Explode Coração, em 1995, como o cigano Igor. No texto, lido em voz alta pelo golpista, diz “não guardar nenhuma mágoa”.

Macchi ficou furioso e comenta o caso na entrevista a seguir. A Rede TV informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não vai se pronunciar sobre o caso.

VEJA SÃO PAULO — O que aconteceu exatamente?
Ricardo Macchi —
Eles cometeram vários crimes. Usaram meu nome numa carta enviada a um preso. No domingo à noite, várias pessoas me ligaram falando que o “Pânico” tinha passado dos limites em denegrir minha imagem. Saí agora há pouco do 1º DP, onde registrei queixa por difamação, injúria, falsificação de documento particular, publicação de notícias falsas e constrangimento ilegal contra Emilio Surita [o líder da turma do Pânico], Sabrina Sato, Daniel Zukerman e o diretor do “Pânico”[Alan Rapp, não identificado na documentação enviada por Macchi à redação de VEJA SÃO PAULO]..

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VEJA SÃO PAULO — Você deve ter ficado chocado.
Ricardo Macchi —
Fiquei. Nunca, jamais autorizaria uma emissora a, no horário em que a família brasileira está assistindo, usar minha imagem para isso [entrevistar um criminoso condenado]. Vivo da minha imagem. Isso é um grito meu de “chega”. Tem oito anos que sou ridicularizado e hostilizado por eles.

VEJA SÃO PAULO — Eles chamam você de cigano Igor?
Ricardo Macchi —
Isso é o senhor que está falando. Estou gravando esta entrevista.

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VEJA SÃO PAULO — Tudo bem, pode gravar. Sem problemas. Pretende entrar também na Justiça contra eles?
Ricardo Macchi —
Meu advogado ainda está vendo isso. Meu intuito é dar um grito de “chega”. Trabalho com responsabilidade social. Luto contra coisas corrosivas para a cultura. Chega de prostituir a ética. Sou um dos gestores do Projeto Grão, que trabalha dentro da Cidade de Deus [no Rio de Janeiro]. Como produtor cultural, tenho 33 projetos que vão de educação ambiental, acessibilidade a estímulo para deficientes. Eu já era muito indignado com o Pânico e já expressava isso na minha página no Facebook.

VEJA SÃO PAULO — A que se referia quando disse que eles o ridicularizam?
Ricardo Macchi —
Eles são detratores, levianos, corrosivos para a cultura. Fomentam erotização infantil e bullying. Virei hoje o inimigo número 1 do “Pânico na TV”. Desde 1996 faço projetos sociais e não consigo patrocínio. E esses caras estão cheios de patrocínio.

VEJA SÃO PAULO — Você tem contrato com algum canal no momento?
Ricardo Macchi —
Acabei de fazer um longa-metragem chamado “Tubarões de Copacabana”. Estou indo pra Cuba lançar o filme, que é uma co-produção. Meu trabalho mais recente como artista foi uma minissérie chamada Deus Grego, da Minas Film Comission, comercializada para Portugal.

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VEJA SÃO PAULO — Pretende impedir o “Pânico” de citar seu nome?
Ricardo Macchi —
A ação ainda está sendo elaborada, mas além de impedir que eles falem meu nome, vou pedir que sejam impedidos de chegar a menos de 200 metros de mim. Vou doar grande parte do que eu ganhar para [projetos de] inserção de novos valores em áreas de educação e cultura. Não vou doar tudo porque acho que mereço ser ressarcido por esses oito anos de humilhação. Posso falar em nome da classe artística porque sou sindicalizado desde 1990.

VEJA SÃO PAULO — Eles fizeram uma entrevista com o Marcelo Nascimento porque um dos personagens do livro e do filme “Vips” foi inspirado em você. É isso?
Ricardo Macchi —
Não falo sobre isso. Nem sei também se foi inspirado. Ele enganou todo mundo lá. Não toco no nome deste sujeito. Fui vítima.

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