Renascimento do Centro
Conheça a requalificação que o coração de São Paulo ganha com novos projetos de lazer, cultura, educação e muita qualidade de vida
As regiões centrais das cidades costumam ser conhecidas por sua relevância histórica e simbólica. É onde se concentram os mais importantes pólos artísticos e arquitetônicos, além dos espaços públicos. Em São Paulo, não poderia ser diferente. A maior metrópole da América Latina tem a Praça da Sé como ponto inicial, palco da tradição da cidade que abriga construções históricas como a Catedral e o monumento do Marco Zero.
Além de guardar a memória de uma cidade, a região central também é um relevante ponto turístico não só de quem visita o local, mas também de seus habitantes. O centro está passando por um processo de requalificação, com melhorias em organização, segurança, jardinagem e iluminação, com o intuito de oferecer mais conforto para quem passa por ali. A área central recebe diariamente 2 milhões de pessoas e concentra 25 bairros, com cerca de 431 mil habitantes. A atual gestão já investiu R$ 602 milhões em obras de infraestrutura na região, que são executadas pela subprefeitura da Sé e que engloba a recuperação dos 8 distritos da área: Bela Vista, Bom Retiro, Cambuci, Consolação, Liberdade, República, Santa Cecília e Sé.
Triângulo Histórico: mais cultura e mais encontros
Outro grande marco da região central paulistana são os seus edifícios marcantes, igrejas e monumentos que abraçam um grande potencial arqueológico. Para quem é frequentador do centro de São Paulo, uma boa notícia chegou recentemente: o Edifício Martinelli, primeiro arranha-céu da cidade – que comemora 100 anos em 2024 –, retomou, em março, suas tradicionais visitas guiadas, que estavam suspensas desde 2020, com ingressos gratuitos.
O edifício conta com 30 andares e tem cerca de 130 metros de altura. De seu terraço é possível avistar outras construções históricas da cidade, como o Theatro Municipal, o Pateo do Colégio, a própria Catedral da Sé e o Mosteiro de São Bento.
O destaque da região, inclusive, fica por conta do chamado Triângulo Histórico de São Paulo, que abarca as ruas Quinze de Novembro, Direita e São Bento. Esse miolo guarda tradições desde o século XX, com o surgimento de cafés, jornais, livrarias, hoteis e escritórios – alguns abertos ainda hoje.
As recentes obras de requalificação dos calçadões, além de preservar e melhorar a infraestrutura local, também têm como objetivo restabelecer a conexão entre as pessoas que vivem em áreas urbanas e retomar o espaço público.
As obras visam proporcionar áreas de convivência adequadas com nova sinalização turística, iluminação funcional e cênica de edifícios históricos – foram mais de 20 mil pontos de iluminação remodelados na região –, manutenção subterrânea de drenagem e de valas técnicas para melhor ordenamento das redes de telecomunicações e reforma do pavimento, para aumentar sua resistência ao tráfego intenso.
O novo calçamento garantirá acessibilidade universal, promovendo melhorias de mobilidade para as milhões de pessoas que circulam pela região diariamente, incluindo aquelas com dificuldade de locomoção, como idosos e pessoas com deficiência. Serão mais de 62 mil m² de calçadões requalificados, em 23 ruas.
O investimento de R$ 63 milhões representa o resgate do valor histórico, cultural, arquitetônico e paisagístico do centro da cidade, o que incentiva e reforça o pólo para locomoção e atração turística.
Preservando os cartões-postais da maior cidade do Brasil
O coração da cidade também recebe melhorias em seus icônicos cartões-postais, por meio do Programa de Manutenção das Pontes e Viadutos da Prefeitura, que consiste em reformar e garantir as características originais do Viaduto Santa Ifigênia, inaugurado em 1913.
Com um investimento de R$ 6,5 milhões, a requalificação dos 225 metros de extensão e 18,5 de largura da estrutura segue em ritmo acelerado, com a recuperação do revestimento, a reconstrução e impermeabilização da laje e a recolocação das tradicionais pastilhas. Trabalho realizado de forma minuciosa para preservar o patrimônio histórico da cidade com reparos no pavimento e pintura antipichação com previsão de entrega da obra completa ainda em agosto.
Também a emblemática Rua Augusta, que inclusive tem canção em sua homenagem criada e eternizada na voz do Tom Zé, que faz as vezes na cidade como marco cultural, ganhou um novo espaço de convivência com a criação do Belvedere Roosevelt.
A primeira fase do projeto de Ruas Temáticas vai restaurar vias conhecidas como a Rua General Osório, popularmente chamada de Rua das Motos; a Rua São Caetano, famosa Rua das Noivas; e Santa Ifigênia, eternizada como Rua dos Eletrônicos; entre outras vias comerciais.
E, para aproveitar a cidade, os paulistanos e visitantes também podem (e devem) aproveitar o Programa Ruas Abertas, criado justamente para que as pessoas possam viver ao máximo as experiências metropolitanas, com tranquilidade e segurança.
O incentivo à ocupação de diversas vias pela população como opções de lazer inclui a avenida Paulista e o bairro da Liberdade, além da avenida São João, que entrou para a lista recentemente, ainda em caráter experimental. A Prefeitura também tem como diretriz promover o acesso à moradia para famílias de baixa renda, incentivando e atraindo o empreendedor para a região. Desde 2021, mais de 31 mil habitações foram licenciadas no centro da cidade. E 14.378 estão no perímetro da Área de Intervenção Urbana do Setor Central (AIU-SCE).
Junto a essas iniciativas, está também o investimento em segurança, principalmente com aumento de policiamento e câmeras – que culminou em uma diminuição de 40% dos furtos e roubos em fevereiro, nos distritos policiais de Campos Elíseos e Santa Cecília –, e em limpeza – com mais de 600 toneladas de lixo recolhidas por dia.
Lazer para toda a família com novo Parque Princesa Isabel
A antiga praça Princesa Isabel que leva o nome da princesa que assinou a Lei Áurea – documento que aboliu legalmente a escravidão no Brasil – ocupa uma área de 16,6 mil m², em Campos Elíseos, recebeu investimentos de R$ 1,9 milhão para reforma dos canteiros, do jardim de chuva, das calçadas e passeios e da quadra poliesportiva, além da manutenção no sistema de drenagem de águas pluviais.
Para atrair o público para a nova área de lazer, o espaço conta com instalações recém inauguradas para toda a família, como rampas de acesso, mobiliário com 30 bancos de concreto aparente, equipamentos de ginástica e academia para a terceira idade, além de brinquedos de madeira no playground. Pensando em todos os integrantes das famílias, também foi construído um espaço especial para os membros de quatro patas, chamado de ParCão.
Sem contar que o local exibe o monumento Duque de Caxias, uma memória importante para cidade sendo uma das maiores estátuas do mundo feita de bronze platinado, com 48 metros de altura, que ilustra a trajetória do militar que está nos livros de história quando o assunto é a Independência do Brasil. A obra é do artista Victor Brecheret e existe desde 1960.
O Parque Princesa Isabel ainda vai receber a sede do governo do Estado após um projeto de lei assinado em março para transferir à gestão estadual a posse do parque e de todo o complexo que hoje também abriga o terminal de mesmo nome.
Essa mudança é uma reparação histórica como forma de ocupar o centro urbano com maior fluxo de pessoas e sensação de segurança. A área ganha novos usos que além do lazer para o público também conta com a preservação ambiental. Esse é o sexto parque entregue nesta gestão e mais seis estão em andamento.