Regras mais rígidas para a inspeção veicular
Independentemente de seu ano de fabricação, veículos têm de ser submetidos ao teste de poluentes
Até o fim do ano passado, quem tinha um carro fabricado antes de 2003 estava livre da inspeção veicular ambiental. Essa regra mudou. Agora, todos os automóveis, motocicletas, vans, caminhões e ônibus da capital, independentemente de seu ano de fabricação, têm de ser submetidos ao teste de poluentes, que custa 56,44 reais. Quem não fizer a vistoria no prazo estipulado pela prefeitura pode ter o licenciamento do veículo automaticamente bloqueado pelo Detran. Com isso, estima-se que a frota examinada salte de 1,5 milhão para 4,5 milhões de veículos. Essa mudança deve significar uma boa notícia para o pulmão dos paulistanos. De acordo com dados de fevereiro, o número de reprovações, dependendo do tipo do veículo analisado, até quadruplicou em relação à média do ano passado (veja o quadro abaixo). Cada proprietário que não recebe o certificado de aprovação é intimado a regular o motor e voltar para uma nova inspeção. “Se os carros reprovados forem efetivamente consertados, haverá uma sensível queda nos índices de poluentes”, afirma Eduardo Rosin, diretor executivo da Controlar, empresa contratada pela prefeitura para o serviço. “O ganho para a cidade será equivalente ao da retirada de 528 000 veículos das ruas por ano.”
O número de reprovações, contudo, não se deve apenas ao crescimento da frota examinada. Em novembro, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) determinou novos limites máximos de emissão de gás carbônico (CO2) e hidrocarboneto (HC) para todo o território nacional. Em alguns casos, a tolerância baixou 70%. O administrador de empresas aposentado Rubens Griesi levou, na última quinta, seu carro de estimação, um Gurgel X12 ano 1980, para o teste no posto da Controlar na Barra Funda. Após vinte minutos, os técnicos detectaram que o automóvel estava emitindo mais gás carbônico que o permitido. Dono também de um Toyota Corolla 2001, Griesi ficou indignado. “Vou levar o Gurgel ao mecânico para fazer os ajustes necessários”, conta. “Mas, se ele não passar na inspeção, o que eu devo fazer, jogá-lo fora?” Na opinião do secretário municipal do Verde e do Meio Ambiente, Eduardo Jorge, sim. “A inspeção veicular não serve para punir os motoristas, mas para melhorar a qualidade do ar de nossa cidade”, diz. “Se o veículo não estiver com o motor regulado, tem de ser impedido de rodar. O mesmo deveria valer para itens de segurança, como freio e lanternas.”
A TAXA DE REPROVAÇÃO CRESCEU
CARROS – 2009*: 5,52% 2010**: 20,95%
MOTOS – 2009*: 17,12% 2010**: 30,76%
UTILITÁRIOS E VANS – 2009*: 37,79% 2010**: 45,43%
CAMINHÕES E ÔNIBUS – 2009*: 37,74% 2010**: 45,72%
* Média anual
** Referente ao mês de fevereiro