“Depois de quatro anos de namoro a distância, trabalhamos juntos viajando”
Gisella Poffo, 35, e Fernando de Borthole, 36, são sócios de produtora audiovisual sobre turismo para casais
“Fernando é formado em aviação civil e eu queria ser aeromoça, então brinco que nos encontraríamos no céu ou na terra. O irmão dele foi nosso cupido. Eu o conheci em uma festa em Balneário Camboriú, quando ainda morava em Santa Catarina.
Viramos amigos e, sempre que me visitava nas férias, dizia que eu tinha que conhecer o Fernando. Um dia, em 2003, os dois foram até minha casa. Achei Fernando interessante, mas não tão bonito assim.
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Logo depois ele viajou para o Canadá e ficou um ano por lá aprendendo inglês. Nós conversávamos todos os dias por chamada de vídeo e percebemos que tínhamos muito em comum. Quando ele voltou ao Brasil e me visitou no Sul, nos beijamos pela primeira vez.
Ele tentou três vezes me pedir em namoro, mas eu disse não. Fernando planejava outra viagem, dessa vez para aprender francês em Montreal. Como namoraria alguém que ficaria mais seis meses em outro país? Acabamos ficando juntos por apenas um mês antes de ele embarcar de novo.
Quando voltou, ficamos seis meses namorando em estados diferentes e depois foi minha vez de fazer intercâmbio. Fiz o programa Au Pair (babá no exterior) em Nova York. A gente divide o gosto por estudar línguas, mas ele tem mais facilidade do que eu. Quando voltei, em 2009, Fernando me chamou para morar junto com ele em São Paulo.
Acho que durante esse tempo poderíamos ter arranjado várias desculpas para não continuar a relação, mas os dois fizeram o namoro funcionar, caminhando na mesma direção. Pouco tempo depois decidimos criar uma produtora de audiovisual, juntando a paixão dele por cinema com minha experiência em comunicação.
Depois de namorar por quatro anos a distância, estávamos um ao lado do outro por 24 horas. Nosso maior desafio é separar conversas de trabalho e assuntos pessoais, caso contrário acordamos falando sobre compromissos ou todo jantar vira uma reunião profissional.
Em 2013, mudamos o ramo da produtora. Paramos de atender publicidade para começar nossos próprios projetos relacionados a viagens — os programas Aero: por Trás da Aviação e Sonho e Destino, sobre turismo para casais.
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Brinco que Fernando me enrolou por quase dez anos até me pedir em casamento. Ele não é uma pessoa naturalmente romântica, mas o pedido foi lindo, feito em um restaurante giratório que fica em Nova York, porque amamos a cidade americana.
Os primeiros episódios de Sonho e Destino foram gravados na nossa lua de mel. Foram sete dias nas Maldivas, na Ásia. Preferimos destinos não tão óbvios ou escolher cidades de países populares ainda desconhecidas para brasileiros, como Arouca, em Portugal, por exemplo.
Juntos há dezesseis anos, já visitamos mais de quarenta países. Atualmente estamos gravando a terceira temporada do programa. Ao todo, serão 27 episódios apenas com destinos brasileiros, e por isso foi renomeado para As Capitais do Brasil.”
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Publicado em VEJA São Paulo de 23 de fevereiro de 2022, edição nº 2777