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“Queria que ele aparecesse para se desculpar”, diz publicitária agredida nos Jardins

Jessica Otte evita tratar a agressão como preconceito. "Só porque aconteceu com duas meninas, não significa necessariamente que foi homofobia"

Por Nataly Costa
Atualizado em 1 jun 2017, 17h29 - Publicado em 26 nov 2013, 16h53
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  • Um caso de agressão gratuita e de nervosismo no trânsito. É como a publicitária Jessica Otte, de 24 anos, trata o soco que levou de um motorista durante uma briga de trânsito no Jardim Europa no último sábado (23). Ela e a esposa, Amanda Carbone, que moram juntas há seis meses, preferem não atribuir o problema a um preconceito por parte do agressor. “Só porque aconteceu com duas meninas, não significa necessariamente que foi homofobia.” 

    A polícia ainda não identificou o agressor – segundo Jessica, é um homem grisalho na faixa dos 50 anos. O carro pertence a um posto de gasolina, do qual o motorista deve ser o dono. Ele será intimado a prestar depoimento no 15º DP. 

    Você estava no meio de uma discussão de trânsito quando foi agredida. O que pensou na hora que o motorista partiu para cima de você?

    Ele vinha me “empurrando” desde o outro sinal. Precisei desviar de um carro estacionado à esquerda e ele tentou me ultrapassar. Como não conseguiu, ficou achando que eu dei uma fechada, mas não dei. No próximo sinal vermelho, ele encostou no meu carro e fiz um gesto com as mãos como se dissesse “o que eu posso fazer? o sinal está vermelho”. Quando ele bateu a segunda vez no meu carro, desci não para arrumar briga, mas para ver o que tinha acontecido mesmo. Ele já veio gritando e começou a me xingar de vadia para baixo. Claro que fiquei irritada e tive também uma parcela de erro, porque bati com o corpo no carro dele mandando ele parar de me ofender. Foi quando ele veio me bater na cara. Na hora, minha reação foi de frieza. Pensei: “se fizer qualquer coisa agora, perco a razão”. 

    A mulher dele também bateu em você?

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    Sim. Ela desceu do carro e na hora eu fiquei até feliz, achei que vinha separar a briga. Mas não. Quando vi, estava apanhando de duas pessoas! Minha mulher, Amanda, pegou o telefone e gritou que ia chamar a polícia. Aí os dois foram embora. Saí tremendo. 

    A hipótese é que esse motorista ficou irritado porque você demorou a engatar a primeira marcha quando o sinal ficou verde. Nesse intervalo, porém, você disse que deu um beijo na sua mulher, o que teria causado a demora. Não pode ter sido um caso de homofobia?

    Sinceramente, acho que não. Se em algum momento os xingamentos dele apontaram para isso, eu não percebi. Na verdade, essa interpretação surgiu a partir do momento que eu postei a história no Facebook. Ou seja, é uma ideia que surgiu de outras pessoas. Só porque aconteceu com duas meninas, não significa necessariamente que foi homofobia. Se eu não tenho certeza, então jamais vou culpá-lo por isso. Não sei qual é a índole dessa pessoa, não posso ser injusta.

     

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    Então o que você acha que foi?

    Só sei que ele me agrediu e ponto final. Quero focar na agressão. Você sabe que existe uma coisa de trânsito, de o homem se achar melhor no volante, de ter um carro maior que o seu. Ele poderia estar em um dia ruim, ter brigado com alguém e eu passei na frente dele sem querer. Agora, queria muito que encontrassem essa pessoa. Quero que ele apareça nem que seja para se desculpar. 

    Você vai processá-lo?

    Sim, estou analisando com meu advogado o que cabe fazer. Mas precisamos buscar algo além da delegacia. Talvez danos morais, injúria. Não quero ganhar nada nas costas de ninguém, e sim provar que essas coisas não podem ser deixadas para lá, senão vai acabar acontecendo de novo.

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    Jessica Otte - agressão
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