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Conheça os projetos mais bem-sucedidos de crowdfunding na capital

Campeões das vaquinhas, paulistanos ajudam a bancar desde filme espírita até escola na Libéria

Por Júlia Gouveia
Atualizado em 1 jun 2017, 17h33 - Publicado em 20 set 2013, 18h20

Seguidor do espiritismo, o cineasta André Marouço sentia falta de uma produção que contasse a vida de Jesus Cristo sob o ponto de vista da doutrina de Allan Kardec. Após dar início às filmagens do documentário Nos Passos do Mestre, com locações no Egito e em Israel, ele precisou aumentar a captação de recursos.

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Em vez de partir para os métodos tradicionais, como leis de incentivo fiscal e patrocínio de empresas, o diretor resolveu apostar no sistema conhecido como crowdfunding, uma forma de financiamento coletivo que lembra a velha e boa vaquinha. Em junho, Marouço inscreveu o projeto de seu filme no Catarse, um dos maiores sites do país voltados para esse tipo de financiamento. Depois de dois meses, a produtora Mundo Maior, de Guarulhos, responsável pela obra, conseguiu arrecadar 119 426 reais, valor 200% superior à meta inicial.

A verba garantiu o término das filmagens do longa, que tem previsão para chegar ao circuito comercial em dezembro de 2014. “As pessoas que acreditaram em nossa proposta podem sentir agora que são parte da história”, comemora Marouço. O sucesso de doações levou o filme a figurar num dos primeiros lugares do ranking dos projetos mais bem-sucedidos de crowdfunding na metrópole (veja o quadro abaixo).

Os sites do tipo têm atraído cada vez mais paulistanos que estão com uma boa ideia na cabeça, mas não com os recursos para pô-la em prática. Segundo dados do Catarse, São Paulo é a cidade brasileira com mais projetos inscritos, cerca de 30% do total. Desde 2011, quando o serviço foi criado, já abrigou 386 iniciativas de pessoas que moram por aqui. Juntas, elas movimentaram 3,6 milhões de reais em patrocínio no site.

As categorias com maior número de candidatos são a de música e a de cinema. Não por acaso, um dos recordistas de arrecadação foi o desenho concebido e dirigido por Paulo Henrique Machado, internado há 44 anos no Hospital das Clínicas em decorrência de problemas causados pela paralisia infantil. “Muitos internautas doam o dinheiro quando se identificam com a causa”, afirma Diego Reeberg, sócio-fundador do Catarse.

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crowdfunding
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As propostas que surgem são bem variadas. Em maio, o jornalista Vinicius Zanotti levantou 26 590 reais para a construção de uma escola em Fendell, na Libéria, um dos países mais pobres do continente africano. A mobilização foi feita por meio do Juntos.com.vc, plataforma de crowdfunding focada em empreitadas sociais, e bateu todos os recordes do site. “Em um ano e meio, conseguimos 100 000 reais com campanhas comuns”, conta Zanotti. “Dez dias depois de entrarmos no Juntos, tínhamos mais de 26 000 reais.”

Com o dinheiro, construíram um novo imóvel, utilizando técnicas sustentáveis, como estruturas de bambu. O local tem capacidade para 300 alunos de ensino fundamental e médio. Apesar de o crowdfunding ser uma ferramenta relativamente nova, ideias impulsionadas pelo apoio coletivo come-çam a dar resultado. É o caso da Metamáquina, empresa que produz impressoras 3D, localizada na Barra Funda.

No começo de 2012, os sócios Filipe Moura, Rodrigo Rodrigues e Felipe Sanches, todos estudantes de exatas na USP, conseguiram 30 000 reais no Catarse para montar o negócio e produzir as primeiras unidades. Fecharam o primeiro ano de operação com faturamento de 300 000 reais, e a expectativa para 2013 é terminar com 1 milhão de reais em caixa. “Além do capital inicial, o bacana do crowdfunding é que acaba sendo uma forma de testar antecipadamente se o seu produto tem apelo ou não entre o público”, entende Moura.

Cofre cheio

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As cinco ideias de maior arrecadação

As Aventuras de Léca e Seus Amigos: Animação infantil com protagonistas cadeirantes 148 191 reais;

Belo Monte — Anúncio de uma Guerra: Documentário sobre a hidrelétrica de Belo Monte (PA) 140 010 reais;

Nos Passos do Mestre: Docudrama sob a ótica espírita da vida de Jesus 119 426 reais;

Cidade Cinza: Documentário sobre a cena e os artistas do grafite na capital 98 778 reais;

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Festival Baixo Centro: Em abril, uma série de eventos culturais foi realizada pela região central 72 750 reais.

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