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Os programas preventivos adotados na cidade contra o ebola

Instituições como o Hospital Emílio Ribas, o Corpo de Bombeiros e o Aeroporto de Guarulhos criam medidas para lidar com casos suspeitos da doença

Por Aretha Yarak
Atualizado em 17 Maio 2024, 10h26 - Publicado em 1 nov 2014, 01h00
Um dos dezessete quartos do hospital: vinte equipes treinadas para emergências
Um dos dezessete quartos do hospital: vinte equipes treinadas para emergências (Mario Rodrigres/)
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No último dia 23, exames confirmaram o médico Craig Spencer como o quarto paciente infectado com ebola nos Estados Unidos. O fato de a vítima ter circulado de táxi por Nova York na noite anterior ao diagnóstico aumentou o pânico de que a doença pudesse se alastrar pelo planeta.

Altamente letal, o vírus causa febre hemorrágica grave e é disseminado por contato direto com fluidos corporais e secreções de pessoas ou animais contaminados. Não há evidências de que ele seja transmitido pelo ar. A atual epidemia, concentrada na África, registrava até asemana passada mais de 13 000 infectados e quase 5 000 mortos em oito países, como Libéria, Serra Leoa e Guiné.

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O Brasil teve dois “alarmes falsos” no mês passado, em Cascavel e Foz do Iguaçu. Apesar de o país não ser considerado um local com grande risco de propagação da doença, pela boa oferta de hospitais e leitos, medidas de prevenção estão sendo tomadas em São Paulo por diversas instituições.

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Desde agosto, o sargento Alfredo Hector Gatica Júnior, da força-tarefa do Comando de Bombeiros Metropolitanos, na Sé, cumpre uma rotina rígida, até três vezes por semana. Higieniza as mãos, veste um macacão com capuz, põe máscara antigás e calça luvas e botas de cano longo com vedação.

Depois inicia o processo inverso, despindo-se das peças. “Éum momento delicado, pois qualquer erro mínimo pode causar grandes problemas”, explica, falando sobre a retirada do traje impermeável de 2 quilos. Gatica é um dos dezoito profissionais do grupo de elite da corporação que entrarão em ação na capital caso seja preciso transportar um paciente suspeito.

 

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A organização não é a única que tomou medidas para lidar com a doença. Há dois meses, o Grupo de Resgate e Atendimento às Urgências (Grau), da Secretaria de Estado da Saúde, capacita intensivamente dez médicos e dez enfermeiros. “Treinamos poucas pessoas para minimizar os riscos decorrentes da exposição”, diz a coordenadora Maria Cecília Damasceno.

Essa equipe, que atuaria em conjunto com os bombeiros, também conta com uma ambulância envelopada por dentro com plástico e uma espécie de “maca bolha”, totalmente vedada. Nos hospitais públicos, privados e demais unidades de saúde, a orientação é que, em caso de suspeita, o isolamento ocorra o mais rápido possível. Só vale para quem estiver com febre e manteve contato, nos últimos 21 dias, com moradores dos países africanos mais visados.

Nessa situação, o Centro de Vigilância Epidemiológica, do estado, deve ser acionado, com o transporte realizado apenas pelos bombeiros e pelo Grau.Todos os doentes devem ser encaminhadosao Instituto de Infectologia Emílio Ribas, no Pacaembu. Referência nacional, é o único do estado autorizado a realizar a coleta de amostras de sangue e a acompanhar um caso de ebola.

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O hospital reservou dezessete leitos de UTI individuais com banheiro e 1 500 kits de roupa de proteção. Esses quartos contam com filtros de ar para impedir a saída de partículas infectantes. Em uma antessala protegida, os profissionais podem vestir os trajes especiais para entrar no ambiente. Ao final, as peças são trituradas e aquecidas em um processo semelhante ao que ocorre no forno de micro-ondas doméstico.

Por ali, foram treinadas vinte equipes médicas. O lugar também tem auxiliado quem atua em casas de acolhida a imigrantes africanos.“Realizamos uma palestra e tiramos dúvidas desses profissionais”, afirma o infectologista Ralcyon Teixeira, supervisor do pronto-socorro do Emílio Ribas.

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Principal porta de entrada do exterior, o Aeroporto de Guarulhos reservou uma sala de espera para isolamento e emite avisos sonoros diários sobre a doença. O protocolo nacional estabelece que o paciente com suspeita deve ser identificado durante o voo pelas equipes de bordo e retirado do avião apenas após a chegada dos bombeiros.

Quem se sentou imediatamente à frente, atrás ou manteve contato com a pessoa na aeronave terá acompanhamento por 21 dias. As entrevistas com os demais passageiros devem ser realizadas em local isolado. Em Cumbica, isso vai ocorrer em uma sala de embarque afastada, com capacidade para mais de 200 pessoas.

No dia 16 de setembro, o aeroporto realizou, com bombeiros e médicos, um teste simulando o desembarque de uma vítima do ebola. “Estamos preparados”, garante Maria Cecília, do Grau.

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