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Professores da USP anunciam paralisação em apoio a estudantes

Docentes vão votar indicativo de greve na próxima segunda-feira (2)

Por Agência Brasil
Atualizado em 22 Maio 2024, 15h41 - Publicado em 27 set 2023, 20h06
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Alunos na reitoria da Cidade Universitária, no Butantã, durante a primeira semana de greve (Rovena Rosa/EBC/Reprodução)
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Professores da Universidade de São Paulo (USP) aprovaram em assembleia a paralisação dos trabalhos até a próxima segunda-feira (2). A decisão, tomada na noite desta terça-feira (26), ocorreu em apoio à greve dos estudantes, iniciada na última quinta-feira (21). Na próxima segunda-feira, os professores também se reúnem para decidir o indicativo de greve.

“A categoria considerou fundamental apoiar a greve estudantil iniciada na semana passada, que tem como eixos a contratação de docentes em número igual ao das perdas acumuladas e a permanência estudantil”, disse, em nota, a Associação de Docentes da Universidade de São Paulo (Adusp).

Após a assembleia geral desta terça, algumas unidades de ensino da universidade estão fazendo assembleias setoriais para decidir se vão aderir à greve. “Aprovamos paralisação que vale para toda a categoria, em todas as unidades. Várias unidades farão assembleias setoriais até segunda quando deliberaremos sobre o indicativo de greve”, disse a presidente da Adusp, a professora Michele Schultz.

Falta de professores

Levantamento divulgado pela Adusp mostra que, no período de 2014 até agosto de 2023, o corpo docente da USP encolheu 17,5% – de aproximadamente 6 mil professores para 4,9 mil.

Já no período de 1995 a 2022, ainda segundo a entidade, o número de cursos de graduação cresceu cerca de 150%; as vagas na graduação aumentaram mais de 60%; o número de estudantes matriculados na graduação teve elevação de 80% e, na pós-graduação, de 50%; os títulos de mestrado e doutorado cresceram mais de 100%.

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“No entanto, o número de docentes cresceu apenas 2% e de técnico(a)s-administrativos decresceu em 15% em relação a 1995”, diz balanço da entidade.

Segundo a presidente da Adusp, cerca de 800 contratações de professores anunciadas pela reitoria não suprem a necessidade da instituição. “Continua havendo perdas, as pessoas continuam morrendo, se aposentando, sendo desligadas por exoneração ou outro motivo. Desde janeiro de 2022, segundo o nosso levantamento, 305 professores deixaram a universidade.”

Entre outras reivindicações, a Adusp pede, em caráter emergencial e imediato, a contratação de professores via concurso público, especialmente nos cursos em que disciplinas não estão sendo oferecidas por insuficiência de docentes, ou estão sendo oferecidas de forma precária, com sobrecarga para os docentes.

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“Todos os departamentos ou órgãos equivalentes e respectivas áreas/especialidades devem receber, até 2025, um número de claros [vagas] para realização de concursos, em quantidade equivalente às vagas geradas por rescisões, exonerações, aposentadorias e falecimentos, contabilizadas desde 2014”, diz o texto aprovado na assembleia.

Reitoria

Em nota divulgada hoje (27), a reitoria da USP informou que tem como pauta primordial a contratação de novos docentes e que já garantiu a distribuição de 879 cargos a todas as unidades de ensino e pesquisa da universidade.

“Importante destacar que o quadro atual de arrecadação do ICMS impõe responsabilidade e atenção com o que foi previsto nessa alínea do orçamento.”

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A reitoria disse ainda que as faculdades e escolas podem, caso necessitem, solicitar cargos para a contratação de docentes temporários “para amenizar a morosidade encontrada na execução dos concursos”.

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