Presidente da Bayer denuncia racismo em entrevista de emprego
Caso aconteceu com amigo do executivo, que era candidato a uma vaga em companhia que "não entrevista negros"
Um caso de racismo em ambiente corporativo ganhou repercussão nas redes sociais nos últimos dias. Quem fez a denúncia foi o presidente da Bayer Brasil, Theo van der Loo, que revelou a agressão sofrida por um amigo negro durante entrevista de emprego.
Segundo o relato publicado no perfil do executivo no LinkedIn, o rapaz tem “excelente formação e currículo” e foi recrutado para a fase de entrevistas no processo de seleção de uma grande empresa, cujo nome não foi revelado. Ao perceber que se tratava de um candidato negro, o entrevistador disse a um funcionário do RH que a empresa “não entrevista negros”.
O presidente da Bayer diz que aconselhou o amigo a denunciar a empresa e o profissional envolvido no caso, o rapaz respondeu que tinha medo de sofrer represálias: “Pensei, mas achei melhor não fazer, pois posso queimar minha imagem. Sou de família simples e humilde, custou muito para chegar onde cheguei”.
A vítima foi localizada pela BBC Brasil. Em entrevista ao veículo, o rapaz disse que essa não foi a primeira vez que sofreu racismo no ambiente de trabalho. Em outras empresas nas quais trabalhou, foi chamado de “macaco” e “neguinho do pastoreio”.
A publicação foi feita no dia 24 de março e acumula mais de 3 000 curtidas.
Theo Van der Loo está à frente da Bayer Brasil desde 2011 e é conhecido por atuar em favor da diversidade no meio corporativo. Em 2015, o executivo foi escolhido como personalidade do ano pelo Fórum São Paulo Diverso, na categoria de estímulo a ações afirmativas.