Terreno trocado pelo Parque Augusta pode ganhar cinco edifícios
No espaço em Pinheiros, o número de apartamentos poderá chegar a 400 e haverá 1 300 vagas para veículos
A prefeitura de São Paulo enviou nesta quinta-feira (19) para 13º Vara da Fazenda Pública da capital a avaliação dos dois terrenos que serão trocados entre municipalidade e iniciativa privada. Alvo de um inquérito civil desde 2016, o espaço onde fica o Parque Augusta, no centro, que pertence à construtora Setin, será trocado por parte de uma terra pública localizada em Pinheiros.
Segundo o documento elaborado pela empresa BIRJ – Bolsa de Imóveis do Rio de Janeiro, a área central possui uma extensão de 23 700 metros quadrados e vale 137 milhões de reais. Os 18 000 metros quadrados de Pinheiros custam 186 milhões. A diferença de 49 milhões de reais em desfavor da prefeitura será compensada com obras custeadas pelos empresários que receberão o terreno de Pinheiros.
Entre as contrapartidas negociadas estão a construção do Parque Augusta, um centro de acolhimento para moradores de rua e uma creche, além da reforma e da manutenção por dois anos das praças Victor Civita, em Pinheiros, e Roosevelt, no centro — esta última deve ser ligada ao parque por um bulevar na Rua Gravataí.
Segundo a análise da BIRJ, a parte do terreno público que será trocada (o restante da terra, cerca de 17 000 metros quadrados, ficará em poder da prefeitura) tem frente para a Marginal Pinheiros (120 metros) e a Avenida Frederico Hermann Junior (65 metros). Nos lotes um e dois, poderão ser erguidas cinco torres de prédios com até 27 andares. O número de apartamentos chegará a 400 e haverá cerca de 1 300 vagas para veículos – as unidades terão entre três e cinco espaços de garagem.
A Justiça marcou para o dia 8 de novembro a próxima audiência entre as partes. Na ocasião, a construtora Setin vai apresentar os seus laudos, assim como o Ministério Público e um perito judicial.
Para ser concretizada, a troca precisa receber o aval da Câmara Municipal.