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Mulheres criam plataforma de contabilidade para microempreendedores

A Contábil Hub tira dúvidas, auxilia na gestão financeira e na formalização dos pequenos negócios

Por Fernanda Campos Almeida
Atualizado em 27 Maio 2024, 20h56 - Publicado em 15 jan 2021, 01h42
Imagems das três fundados da startup sorrindo
Priscilla (no meio), Camilla (à esq.) e Silvia: fundadoras da Contábil Hub (Mauricio dos Santos Silva/Divulgação)
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Com a alta dos índices de desemprego no país desde o início da pandemia, o que faz com que parte das pessoas busque empreender para ter renda, e o desejo de abrir o próprio negócio, três mulheres com experiência no ramo da contabilidade decidiram criar uma plataforma on-line voltada para os pequenos empresários e prestadores de serviço que querem formalizar seu ganha-pão.

A Contábil Hub, especializada no regime de contratação MEI (microempreendedor individual), foi fundada em outubro de 2020 por Priscilla Ejzenbaum, 49, advogada e CEO da empresa, Camilla Natividade, 33, administradora e responsável pela operação, e Silvia Fagá, 42, publicitária e gerente de desenvolvimento de negócio.

A startup é um braço da Contábil Bandeirantes, na Vila Mariana, empresa familiar há mais de cinquenta anos no mercado, especializada em grandes empresas e fundada pelo pai de Priscilla, José Afonso.

“Existe um mercado grande de empreendedores que precisam sair da informalidade e, na pandemia, apareceu ainda mais gente precisando de um CNPJ da noite para o dia. A nossa ideia é dar ao pequeno empreendedor a estrutura que o grande tem”, conta a advogada.

Entre os serviços oferecidos estão atendimento ao cliente (por chat, e-mail ou telefone), abertura de MEI sem custos, emissão de notas, relatório de contas a pagar e a receber, cadastro de clientes, assinatura on-line, planilha de transações etc. A plataforma oferece dois planos mensais: MEI (39,90 reais) e MEI Plus (59,90 reais), com contador exclusivo. O primeiro mês, por enquanto, é uma cortesia da startup.

Para ser MEI é necessário ter um limite de faturamento anual de, no máximo, 81 000 reais (média de 6 750 por mês), registrar-se em uma das mais de 740 atividades previstas e ter até um funcionário. O profissional tem isenção de alguns tributos federais e paga um valor mensal fixo de impostos (INSS, ICMS e ISS), além de ter direitos como auxílio-maternidade, auxílio-doença e aposentadoria.

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Os preços competitivos atraíram o designer Alan Richard da Luz, 49, microempreendedor há quinze anos, para os serviços da Contábil Hub. “É uma plataforma intuitiva, com mais funções, porém mais barata do que o site que eu usava. A tecnologia avisa quando tenho de pagar cada imposto e envia o boleto por e-mail. Nem preciso entrar no site da Receita Federal”, relata.

As fundadoras investiram na Contábil Hub cerca de 150 000 reais, e, atualmente, a equipe conta com dezessete funcionários e um escritório, na Zona Sul, que ocupa dois andares. O serviço é disponibilizado para todo o Brasil.

Além dos desafios de abrir uma empresa em plena pandemia, as sócias ainda precisaram lidar com o machismo. “Tivemos problemas internos por ser uma área extremamente masculina. A empresa de TI contratada para criar o site chegou a pensar que não sabíamos o que estávamos fazendo. As pessoas perguntavam se não tinha mais ninguém envolvido no projeto”, relembra Priscilla.

Por substituir um contador físico, o principal foco da plataforma é o suporte ao cliente. “Assinei o plano por causa de uma dívida no meu registro de MEI, dificuldade em emitir notas e não sabia quando deveria pagar cada imposto. Senti que o atendimento da plataforma é mais humanizado”, conta a promotora de eventos Lydgia Santos, 22, depois de tentar lidar com a contabilidade de seu serviço sozinha.

Priscilla explica que, por lei, é obrigação do MEI apresentar no mês de abril um relatório anual elaborado por um contador. Por causa disso, a Contábil Hub oferece planilhas atualizadas todos os dias, sem custos extras.

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“Nenhum contador vai fazer a declaração anual por menos de 300, 400 reais”, afirma. A advogada também lembra que empresas que são registradas como Simples Nacional (com faturamento maior que 81 000 reais por ano) e desejam ser MEI têm até o próximo dia 31 para fazer a mudança.

Além do blog disponível no site, a plataforma planeja lançar a partir de fevereiro vídeos e tutoriais curtos, com linguagem simples, sobre as principais dúvidas da área. “O empreendedor tem de se preocupar com o serviço que está vendendo, não com contabilidade”, finaliza.

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Publicado em VEJA São Paulo de 20 de janeiro de 2021, edição nº 2721

 

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