Pets: utilidades, mimos e afins
Confira um guia com serviços e produtos capazes de deixar seu animal de estimação sentindo-se o rei da pet shop
Ritual de beleza
Enquanto a novela Caminho das Índias, da Rede Globo, estava no ar, o último latido da moda era sair da pet shop usando um bindi, aquele ponto brilhante colocado entre os olhos pelas indianas. As cachorrinhas que já estão carentes do acessório fashion ainda podem apostar em laços de cetim importado, alguns adornados com cristais. Na Filhotes & Fricotes, do Shopping Iguatemi, os frufrus para os cabelos – ops, pelos – saem por até 40 reais. Lá, três prateleiras são exclusivas para cosméticos nacionais e importados. O silicone reparador de pontas da marca americana Chris Christensen, por exemplo, custa 110 reais. Há ainda xampu hipoalergênico por 89,90 reais e leave-in por 35 reais.
+ Pets: a cidade cada vez mais deles
+ Dr. Pet: o adestrador do IBOPE
Uma novidade que deixou os cachorreiros mais vaidosos em polvorosa foi a chegada ao Brasil, em julho, dos produtos da marca francesa Laboratoires Héry, que tem linhas diferentes para pelos curtos, longos, brancos, escuros e dourados, além de um segmento para felinos. Produto de maior sucesso até agora, o xampu de banho a seco custa 80 reais. “É um talco vegetal que retém a oleosidade”, afirma o empresário Douglas Vocci, importador da grife. No mercado nacional, chamam atenção o protetor solar e a linha desenvolvida com extratos naturais da região amazônica, como cupuaçu, pitanga, buriti e açaí, da marca Pet Society.
• Filhotes & Fricotes. Shopping Iguatemi, 3816-3388.
Elegância sob medida
O piso de mármore da casa de 450 metros quadrados onde está instalado o ateliê de Meggy Figer, no Jardim Paulistano, é lustrado toda manhã. O objetivo é deixá-lo brilhando para receber clientes de quatro patas. No hall da butique especializada em roupas, acessórios e móveis para cães e gatos de fino trato há duas poltronas revestidas com pele de crocodilo. É ali que lulus e bichanos descansam depois de experimentar os modelos à venda. “Adoro deixá-los à vontade”, conta a estilista, dona de Baby, shitsu de 4 anos. A cachorrinha foi, ainda que indiretamente, a responsável pela abertura do negócio. Com sobras de tecidos usados em vestidos para si própria, Meggy bolava roupas para Baby. As amigas, claro, a-do-ra-ram a ideia. De tanto receber encomendas, ela resolveu inaugurar a grife Queen Pet há um ano e oito meses. O sucesso das jardineiras, saias balonê, capas de chuva e até vestidos de noiva foi tanto que Meggy pretende abrir, em novembro, uma loja na Rua Bela Cintra, no Jardim Paulista. Serão vendidas também roupas para crianças – algumas com estampas iguaizinhas às utilizadas no vestuário dos bichos. Meggy trabalha com material comum em seu closet: cashmere, cetim, seda e vinil. “Não faço concessão no que diz respeito à qualidade.” Esse requinte tem seu preço. Um fraque risca-de-giz, acompanhado de gravata de cetim, custa 220 reais.
• Queen Pet. Alameda Gabriel Monteiro da Silva, 101, Jardim Paulistano, 3062-9396.
Um luxo só
Grifes estreladas criam objetos para mimar os animais de estimação – e satisfazer o ego de seus donos. A marca de luminárias Scatto, por exemplo, lançou em agosto uma casa para pets enfeitada com cristais checos. O modelo maior (com 60 centímetros de diâmetro e 90 centímetros de altura) sai por 9 400 reais. A Louis Vuitton tem uma linha especial de bolsas para carregar gatos e cães de pequeno porte. Chegou ao Brasil há três meses e está à venda por preços a partir de 4 280 reais. Já a joalheria Amsterdam Sauer faz peças sob encomenda. Simpáticos pingentes de ouro 18 quilates, para ser colocados na coleira, custam 1 200 reais.
Passeio a limpo
A princípio, a ideia de patentear uma linha de fraldas para cachorros pode parecer um tanto esquisita. Mas é disso que vivem a empresária Ana Carolina Vaz e seu marido, o arquiteto Marcelo Augusto Vaz, sócios da empresa Dog’s Care. “Quem carrega um bicho para todo canto percebe não se tratar de um item supérfluo”, diz Ana Carolina, que montou um fraldário canino na loja Gama Pet, no Shopping Cidade Jardim. Segundo a empresária, o uso da fralda evita constrangimentos durante passeios em locais fechados, como shoppings e restaurantes. “É útil para viagens de carro e visitas à casa de parentes e amigos.” Há modelos específicos para machos e fêmeas – o pacote com seis fraldas custa entre 12 e 20 reais. Localizada na Zona Oeste da cidade, a fábrica tem 22 funcionários e produz entre 60 000 e 70 000 unidades por mês. Com distribuição gratuita de amostras, o fraldário do Cidade Jardim atende em média sessenta animais a cada fim de semana. “No próximo ano, pretendemos expandir o serviço para outros shoppings e aumentar em cinco vezes a nossa produção”, afirma Ana Carolina.
• Gama Pet. Shopping Cidade Jardim, 3552-2002.
Compras em boa companhia
São raros os shoppings que barram animais de estimação hoje em dia. Mas é importante ficar atento às regras de cada um (veja abaixo). E nunca é demais lembrar: ninguém merece dividir espaço com um cachorro que não para de rosnar ou latir. Se é daqueles que gostam de pular nas pessoas, então, nem se fala. Antes de sair por aí com seu totó a tiracolo, tenha certeza absoluta de que ele não vai incomodar os outros.
• Anália Franco, Center Norte e Morumbi: recebem apenas animais de pequeno porte, que devem permanecer no colo de seus donos (ou em carrinhos) durante todo o passeio;
• Bourbon: aceita somente cachorros pequenos. Eles não podem circular pelos elevadores, banheiros, fraldário e praça de alimentação;
• Eldorado: os cães não são bem-vindos na farmácia nem no supermercado;
• Iguatemi: recebe cachorros de pequeno porte, que podem andar no chão apenas nos dias de semana. Aos sábados e domingos, quando o local está mais cheio, eles precisam permanecer no colo;
• Market Place: apenas cães de pequeno porte;
• Pátio Higienópolis e Villa-Lobos: de coleira e guia, os animais de todos os tamanhos podem desfilar à vontade pelos corredores. Mas não devem entrar na praça de alimentação.
Na hora da refeição
Há donos que não querem se desgrudar de seus bichos nem quando vão a restaurantes. Para não perder esses clientes, várias casas entram na lista das “pet friendly”. A maioria dispõe de área ao ar livre. “Meu cão torna o ambiente mais divertido e agrada a muita gente”, acredita Julianne Daud, dona do maltês Johnny e cliente de lugares como o Charlô Bistrô e o Paris 6. Confira no quadro ao lado onde au-aus são bem-vindos:
Acampamento animal
Com uma área de 60 000 metros quadrados, o Clube de Cãompo é mais uma opção para quem tem cachorro e não sabe o que fazer com ele nas férias. Com uma diferença: o animal de estimação também pega a estrada. Localizado em Itu, a 90 quilômetros de São Paulo, o hotel canino retira e entrega os animais na capital por 50 reais. Ao todo, são 125 aposentos individuais, com 16 metros quadrados, em média. As diárias saem por 60 reais na alta estação, com alimentação inclusa. Atividades de lazer estão previstas. Há desde passeios com instrutores até aulas de adestramento e de agility, esporte no qual o animal corre e salta obstáculos (custam 15 reais, pagos à parte). “Nosso objetivo é que os cães se divirtam longe de casa”, diz o veterinário Aldo Macellaro Jr., que decidiu criar o negócio ao constatar que na maioria dos hotéis do gênero existe pouca área verde. “Aqui eles ficam soltos durante boa parte do dia.” Criado há uma década, o hotel já hospedou mais de 5 000 bichos. “Nossa taxa de ocupação em feriados ensolarados é de 90%”, comemora Macellaro Jr.
• Clube de Cãompo. 4897-9518.
Para pets radicais
A 250 quilômetros de São Paulo, Brotas é um dos principais destinos no estado para quem curte turismo de aventura. Entre as atividades, o rafting (descida por corredeira em um bote inflável) é uma das mais procuradas. Não quer se arriscar sozinho? Desde 2007, o esporte pode ser praticado por cachorros na companhia de seu dono. Ao todo, 120 bichos já experimentaram a novidade. O passeio, organizado pela empresa Brotas Aventura, é feito nas águas prateadas do Rio Jacaré-Pepira. Dura três horas e é realizado a bordo de barquinhos com capacidade para quatro pessoas e dois cães de grande porte. Custa 75 reais – tanto para humanos quanto para animais. Feito em um trecho do rio com menos corredeiras, o floating é uma versão, digamos, mais tranquila. Demora uma hora e meia e sai por 45 reais. “É recomendado para cachorros que nunca se aventuraram sobre botes antes”, explica a gerente da agência, Deliana Tessari.
• Brotas Aventura. 0800 7713463.
Mordomias à beira-mar
Acostumado a viagens frequentes, o empresário paulistano Fabio Riedel nunca encontrou um hotel no qual ficasse à vontade para se hospedar com seus cães. “Eu não sabia ao certo se eles estavam sendo bem tratados e alimentados”, lembra. Ao montar uma pousada em Ilhabela, a Barra do Piúva Porto, Riedel resolveu colocar câmeras nos canis para que os hóspedes monitorassem a estada de seus cachorros pela TV do quarto. As instalações caninas comportam apenas cinco bichos por vez. Pensando em seu pastor alemão Mika (batizado em homenagem ao piloto finlandês de Fórmula 1, Mika Hakkinen), Riedel aceita cães de pequeno, médio e grande porte. Incrustada no alto de uma encosta, a pousada oferece vista privilegiada para o mar. Na alta temporada, a diária dos apartamentos varia entre 270 e 650 reais por casal. Para os hóspedes de quatros patas, sai por 50 reais. As mordomias não se restringem aos humanos. “Se o dia está quente, ligamos o ar-condicionado do canil”, diz o proprietário.
• Barra do Piúva Porto Hotel. (12) 3894-9415.
Uma babá só para eles
A veterinária Vanessa Requejo nunca viaja em feriados. Enquanto muitos donos de cães e gatos deixam a cidade, ela fica por aqui para garantir o bem-estar e a segurança dos bichos. Vanessa é pet sitter, uma espécie de babá de animais de estimação. “Muitos deles, principalmente os gatos, não se adaptam à hospedagem em clínicas”, afirma. “Por isso, vou visitá-los no próprio lar.” A veterinária – ou um dos sete integrantes de sua equipe – passa duas horas com o animal: troca ração e água, limpa o ambiente e, se necessário, ministra medicamentos. Os cachorros têm direito ainda a um passeio. Antes da primeira visita, a pet sitter conhece a casa e anota os hábitos e costumes do bicho. “Só recuso se for um cão muito antissocial”, diz. Quando os proprietários viajam, deixam uma chave com a veterinária, que se compromete, em contrato, a entrar no local apenas nos dias combinados. Na última segunda-feira (12), feriado em homenagem a Nossa Senhora Aparecida, a turma de babás prestou seus serviços em nove residências. Cada visita custa 50 reais. Quando há mais de quatro animais, é cobrada uma taxa adicional de 10 reais por bicho.
• Cãominhando. 2506-6487. https://www.caominhando.com.br.
Big Brother canino
De segunda a sexta, pontualmente às 8 horas da manhã, o basset hound Zico, de 1 ano e 4 meses, chega à creche que frequenta, no Campo Belo. Sua dona, a gerente de tecnologia da informação Raquel Gesteira, trabalha em casa, mas dispõe de pouco tempo para dar atenção ao cachorro durante o dia. O jeito é matar a saudade pela internet, já que a creche Dogwalker tem sete câmeras distribuídas pela sede de 700 metros quadrados. As imagens podem ser vistas em tempo real pelo site https://www.dogtv.com.br. “Trabalho em um computador e deixo outro ligado para monitorar o Zico”, conta Raquel. “Fico feliz de ver quanto ele se diverte quando está lá.” Responsável por cuidar de cerca de cinquenta cães diariamente, Raquel Hama, sócia do negócio, investiu 7.000 reais na instalação dos equipamentos. “Vale a pena, pois o dono se sente seguro”, diz. A mensalidade varia de 320 a 540 reais. Outros concorrentes oferecem o serviço, caso da Dog’s House, no Jabaquara. “Torna o trabalho mais transparente”, afirma o proprietário, Alex Florio.
• Dogwalker. 5094-0541. https://www.dogwalker.com.br.
• Dog’s House. 5012-1135. https://www.dogshouse.com.br.
Saúde cinco-estrelas
Cada vez mais os cerca de 1 000 novos cães e gatos consultados todo mês no Hospital Veterinário Sena Madureira, na Vila Mariana, contam com equipamentos dignos de um hospital classe A (daqueles para gente mesmo). O mais recente deles é o ultrassom da marca Esaote, trazido da Itália há vinte dias por 90 000 reais. “Com software e sondas específicos, ele garante precisão aos diagnósticos”, afirma Mário Marcondes, diretor clínico do hospital. Tomografia computadorizada também faz parte da realidade de cães e gatos. “Investi 200 000 reais para oferecer esse serviço.” É de cortar o coração, mas alguns bichos fazem hemodiálise. Eles utilizam o mesmo aparelho dos humanos, avaliado em 50 000 reais. Quatro veterinários passaram por estágio na UTI de bebês do Incor para aprender a usá-lo.
As novidades não se restringem à tecnologia. Desde o último dia 3, o hospital oferece um plano de saúde pet. Nesse caso, não são pagas mensalidades. Funciona em um esquema parecido com o de milhagem das companhias aéreas. À medida que o cliente gasta com exames, consultas e produtos da pet shop, acumula pontos. Cada 50 reais correspondem a 1 real de desconto em serviços futuros. O exame de ultrassonografia, por exemplo, custa 80 reais. A estudante Paula Mazarin, dona de Tequila, pug de 3 anos, acumulou 44 pontos em uma semana. “É uma forma de economizar com as consultas futuras de minha cachorrinha”, diz ela. A empresa Mister Saúde Animal também tem planos de saúde. Estes, à moda antiga. O cliente paga entre 30 e 80 reais por mês e tem direito a consultas e exames em mais de 100 clínicas credenciadas na Grande São Paulo.
• Hospital Veterinário Sena Madureira. Rua Sena Madureira, 898, Vila Mariana, 5572-8778.
• Mister Saúde Animal. 2272-7978/ 2273-4103. https://www.mistersaudeanimal.com.br.
Bicharada diferente
Nem só de cães e gatos vive o mundo pet. Mascotes menos comuns conquistam cada vez mais espaço no coração – e na casa – dos paulistanos. Desde o lançamento, em agosto, da aventura infantil da Disney Força-G, protagonizada por espertos porquinhos-da-índia feitos em animação, a venda do roedor aumentou entre 40% e 50% nas pet shops. “Apesar de não ser um animal de companhia, ele aprende a reconhecer o dono”, garante Karine Raile Rocha, veterinária da Cobasi. O bicho come ração, frutas, folhas de couve e legumes como pepino. Pode custar entre 20 e 70 reais, dependendo do tipo de pelagem. “Deve-se ter cuidado com a compra por impulso”, alerta o veterinário Wilson Grassi, da Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais. “Com o tempo, a família pode perder o encanto e se cansar do bicho.” Importado dos Estados Unidos, o furão é outro tipo incomum em alta. As lojas da cidade o recebem poucas vezes ao ano e, mesmo com preços entre 900 e 1 300 reais, sua venda se esgota em poucos dias. “Ele é sociável e pode até passear na coleira”, conta Karine. Entre as aves, a queridinha da vez é a calopsita. De origem australiana, ela costuma ser dócil, carinhosa e emite sons semelhantes a assovios. “Às vezes, consegue até repetir pequenas palavras”, diz a veterinária Renata Sedano Fernandes, do Pet Center Marginal, onde calopsitas mansas são vendidas por 190 reais e as mais arredias, por 100 reais.
• Cobasi. Rua Manoel Velasco, 90, Vila Leopoldina,% 3831-8999. https://www.cobasi.com.br.
• Pet Center Marginal. Avenida Presidente Castelo Branco, 1795, Pari, 2797-7400. https://www.petcentermarginal.com.br.
Aqui pode
RESTAURANTES
Boa Bistrô. Rua Padre João Manuel, 950, Jardim Paulista, 3082-5709.
Bistrô Charlô. Rua Barão de Capanema, 440, Jardim Paulista, 3087-4444.
Paris 6. Rua Haddock Lobo, 1240, Jardim Paulista, 3085-1595.
P.J. Clarke’s. Rua Doutor Mário Ferraz, 568, Itaim, 3078-2965.
Passaparola. Rua Jacques Félix, 239, Vila Nova Conceição, 3044-4949.
Pasta & Vino. Rua Barão de Capanema, 206, Jardim Paulista, 3081-8747.
Quattrino. Rua Oscar Freire, 506, Jardim Paulista, 3068-0319 (exceto pit-bull).
Ruella. Rua João Cachoeira, 1507, Vila Olímpia, 3842-7177.
BARES
Central das Artes. Rua Apinajés, 1081, Perdizes, 3865-4165.
Filial. Rua Fidalga, 254, Vila Madalena, 3813-9226.
Frangó. Largo da Matriz de Nossa Senhora do Ó, 168, Freguesia do Ó, 3932-4818.
Mercearia São Pedro. Rua Rodésia, 34, Vila Madalena, 3815-7200.
Salve Jorge. Praça Antônio Prado, 33, loja 17, centro, 3107-0123.
CAFÉS
Esch Café. Alameda Lorena, 1889, Jardim Paulista, 3062-2285.
Oscar Café. Rua Oscar Freire, 727, Jardim Paulistano, 3063-5209.
O Melhor Bolo de Chocolate do Mundo. Rua Oscar Freire, 125, Jardim Paulistano, 3061-2172.
Vanilla Caffè. Rua Antonio Carlos, 404, Consolação, 3262-3943.