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Paulista vira micareta pró-Bolsonaro em dia da Independência do Brasil

Milhares de pessoas compareceram a ato, que, apesar de ter bandeiras antidemocráticas, transcorre em clima de festa

Por Clayton Freitas
Atualizado em 7 set 2022, 16h56 - Publicado em 7 set 2022, 16h51
Manifestação na Avenida Paulista em prol do presidente Jair Bolsonaro, em 7 de setembro de 2022.
Manifestação na Avenida Paulista em prol do presidente Jair Bolsonaro no dia 7 de setembro; agora é a vez dos petistas  (Clayton Freitas/Veja SP)
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As milhares de pessoas que coloriram vários quarteirões da Avenida Paulista nesta quarta-feira (7), dia em que se comemora o bicentenário da Independência do Brasil, pareciam estar mais participando de uma verdadeira micareta. A maior parte estava vestindo o figurino básico pró-Jair Bolsonaro (PL): camiseta da seleção brasileira, abraçados em bandeiras do Brasil e com botons do candidato à reeleição à presidência da República.

Muitos cunhavam mensagens antidemocráticas, tais como pedido de intervenção militar no país e também a intervenção no Supremo Tribunal Federal (STF). Porém o clima predominante era de festa com vários hinos, músicas e também gritos de guerra em homenagem ao capitão reformado.

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Apesar da Avenida Paulista estar ocupada desde as imediações do Paraíso até a Consolação, a maior parte dos adeptos estavam reunidos no entorno dos mais de dez trios elétricos espalhados pela via.

O policiamento está reforçado em toda a extensão da avenida. O clima entre os participantes é de cordialidade e a reportagem não verificou nenhuma animosidade, mesmo para com as pessoas que usavam máscara, item quase que totalmente dispensado por todos os presentes.

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O ato teve início por volta das 10h. A chuva que caía na cidade de São Paulo não afastou os adeptos do presidente de comparecerem. A princípio, a concentração se deu nos arredores do Masp e, por volta das 15h, já ocupava da Consolação até a Brigadeiro. A quantidade de pessoas presentes foi aproveitada por vários candidatos a cargos como deputados federal e estadual para fazer campanha. Eles aproveitavam os pontos de maior concentração tais como os localizados no próprio Masp, em frente a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e na Caixa Econômica Federal.

Várias pessoas empunhavam cartazes escritos em inglês, francês, alemão e espanhol. Um dos cartazes pedia “Intervenção militar”, outros, voto auditável e ainda vários solicitando intervenção no STF. Além de vários hinos que exaltavam as forças policiais, canções da ditadura e ainda em homenagem a Bolsonaro, outros entoavam músicas sertanejas eletrônica e havia espaço até para rock.

Apoiadores do presidente ocupam a Avenida Paulista neste 7 de setembro.
Apoiadores do presidente ocupam a Avenida Paulista neste 7 de setembro. (Clayton Freitas/Veja SP)
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O que parecia ser um pastor evangélico fez uma espécie de culto próximo ao Fiesp, onde pediu a conversão a Jesus Cristo daqueles que ainda “estavam no mundo”. Ele chegou a falar em línguas em meio ao ensurdecedor barulho de um trio elétrico próximo.

Quem se deu bem foram os ambulantes, que vendiam de tudo, de bandanas a cornetas passando por camisetas e sobretudo toalhas de Bolsonaro e bandeiras do Brasil. A reportagem presenciou um momento em que uma senhora discutia com ambulante para pagar mais barato numa bandeira do Brasil. O vendedor queria 40 reais, e ela só estava disposta a pagar 20. Ela chegou a chamá-lo de comunista, e foi contida por suas amigas. A mulher saiu gritando “comércio livre, comércio livre”.

Segundo a Polícia Militar (PM), não foi registrada nenhuma ocorrência grave até as 16h30. O protesto deve seguir até as 18h.

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