Padre Júlio Lancellotti é alvo de nova investigação da Arquidiocese de São Paulo
Pároco diz receber a notícia "com serenidade e paz de espírito" e afirma que a denúncia é falsa
A Arquidiocese de São Paulo informou, nesta segunda-feira (5), que irá abrir uma nova investigação para apurar um “suposto novo fato de abuso sexual” envolvendo o Padre Júlio Lancellotti, coordenador da Pastoral do Povo de Rua.
Em nota, a Arquidiocese esclareceu que não houve arquivamento da denúncia recebida pela presidência da Câmara dos Vereadores no dia 22 de janeiro e que segue “investigando o caso na área de sua competência, distante de interesses ideológicos e políticos, com serenidade e objetividade”. No data em questão, o presidente da Câmara, Milton Leite (União), teria enviado um vídeo para a Arquidiocese que já havia sido divulgado em 2020. Na época, o Ministério Público de São Paulo (MPSP) foi contra a instauração de ação penal e o inquérito foi arquivado pela Justiça.
“A recente divulgação de laudos periciais com resultados contraditórios e a notícia de um suposto novo fato de abuso sexual envolvendo o referido sacerdote requerem uma nova investigação da parte da Arquidiocese para a busca da verdade”, informou o documento.
Em seu perfil no Instagram, Padre Júlio Lancellotti afirmou que a denúncia é falsa. “Recebo, com serenidade e paz de espírito, a nota da Arquidiocese de São Paulo, publicada na presente data, informando que apura as acusações lançadas nos últimos dias. Esclareço que as imputações surgidas recentemente — assim como aquelas que sobrevieram no passado — são completamente falsas, inverídicas e tenho plena fé que as apurações conduzidas pela Arquidiocese esclarecerão a verdade dos fatos”, escreveu.
“As acusações estão imbricadas em uma rede de desinformação, que mascara eventuais interesses de setores do poder político e econômico em ceifar aquilo que é o sentido do meu sacerdócio: a luta pelos desamparados e pelo povo de rua”, afirmou Lancellotti, em referência à perseguição que sofre pela direita.
CPI na Câmara dos Vereadores
O pároco também é um dos alvos da chamada CPI das ONGs, que investiga a atuação das organizações na Cracolândia – ainda que ele não atue na região.
A CPI foi protocolada pelo vereador Rubinho Nunes (União Brasil).