O toque rosa de Laura Buu no universo geek
Criadora do site Pink Vader, a publicitária usa o espaço cibernético para discutir “nerdices” a partir de um ponto de vista feminino
Definitivamente, Laura Buu não gosta do rótulo “geek”. “Sou nerd. Aquela expressão está ganhando outra conotação, é usada para se referir a uma tribo ou a quem gosta de um bonequinho ou filme baseado em quadrinhos.” Discussão de vocabulário à parte, o fato é que a publicitária de 26 anos se interessa por todos os assuntos típicos deste universo e foi pensando nisso que, há três anos, deu início a um projeto. Em parceria com a ilustradora — e geek assumida — Priscilla Tramontano, 23 anos, ela criou o site Pink Vader, em 2010. “Sempre me perguntam se sou fã de ‘Star Wars’, mas a verdade é que prefiro ‘Star Trek’. Só que ‘Pink Spock’ não soa tão bem”, brinca Laura.
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A ideia era desenvolver um espaço em que garotas pudessem falar sobre games, quadrinhos, filmes, séries, bonecos de coleção, enfim, sobre os temas dos personagens da série de TV paga “The Big Bang Theory”. A iniciativa deu tão certo que, em 2011, as amigas foram procuradas para uma parceria com o portal iG. “Atualmente, temos conteúdo independente e mantemos só as publicidades no site”, explica. Mensalmente, o espaço digital tem 100.000 acessos e 50.000 visitantes mensais. “Não pensava que o Pink Vader poderia nos levar tão longe. Estou no meu emprego de hoje graças à visibilidade do site”, comemora Laura, que trabalha como brand journalist na agência J. Walter Thompson.
Nem sempre o rótulo “nerd” ajudou a paulistana. Quando criança, o gosto por coisas mais, digamos, peculiares rendia algumas brincadeiras sem graça dos colegas de escola. “Descobri Harry Potter na sétima série. Conversava empolgada sobre o livro, quando a patricinha da sala começou a debochar de mim na frente de todos.” Hoje, piadinhas do gênero não a incomodam. A verdade é que os seus gostos, antes considerados “curiosos”, viraram moda e Laura gosta disso. “Não me incomodo com a popularização dos nerds. Quanto mais pessoas gostarem dos nossos assuntos, mais lojas, produtos e filmes surgirão para este público”, analisa.
Fã de livros de fantasia, quadrinhos e, principalmente, games, a jovem curte São Paulo em lugares como as lojas Limited Edition e Comix. Mas o programa ideal de fim de semana é assistir a um filme de ficção, acrescentar uma obra à sua biblioteca de 300 títulos e revezar entre o PS3, o Xbox e o Wii. “E não podem faltar pipoca, pizza de noite e muita conversa sobre ‘nerdices’, é claro.”