Onde é proibido estacionar no Jardim Paulista e na Consolação

Quem estacionar o carro em qualquer um dos lados da Alameda Gabriel Monteiro da Silva a partir do dia 4 de agosto, entre a Rua Hungria e a Praça Coronel Pires de Andrade, correrá o risco de voltar para casa a pé e com uma multa no bolso. Esta e outras 22 ruas do Jardim Paulista e da Consolação devem ganhar, até o início do próximo mês, 669 placas com algum tipo de restrição de estacionamento. A medida faz parte de um programa da Secretaria Municipal de Transportes para dar algum alívio aos congestionamentos da área central da cidade. “Esperamos um aumento de fluidez de 10% a 15% nesse quadrilátero”, calcula o secretário municipal de Transportes e presidente da CET, Alexandre de Moraes, um ex-promotor público de 39 anos que se tornou o manda-chuva do trânsito paulistano desde que o engenheiro Roberto Scaringella deixou o comando da companhia, há seis semanas. “A região foi escolhida porque concentra eixos importantes, como Augusta e Consolação, e três grandes colégios, que tumultuam o tráfego em horários de pico”, explica Moraes.

A mudança será mais radical em treze das 23 vias. Nelas haverá trechos onde será proibido estacionar em um ou nos dois lados (veja o quadro). Nas outras, o motorista mal deve notar a alteração. Locais onde já era proibido parar terão seus horários de restrição ampliados e as áreas de estacionamento livre se transformarão em Zona Azul. Quem circula pelos Jardins deve redobrar a atenção. Não será mais permitido parar em 27% das atuais 1 902 vagas rotativas do bairro. Livres da Zona Azul em uma das calçadas, as ruas Oscar Freire, Consolação e Haddock Lobo ganham uma faixa de rolamento cada uma, por onde podem passar entre 700 e 1 000 carros a mais por hora. “Essas vias vão se tornar boas alternativas à congestionada Avenida Rebouças”, acredita o engenheiro Gabriel Feriancic, especialista em transportes. Na região central, a Rua Augusta será a mais beneficiada. Ficará totalmente livre de veículos parados entre as ruas Martinho Prado e Luís Coelho. “Apesar de tímida, a medida reduz a demanda por vagas e desestimula o uso do carro”, diz o engenheiro de tráfego Francisco Moreno Neto.

Além de infringir as leis, os veículos parados em fila dupla ou em local proibido atrapalham o tráfego – o bloqueio de uma única faixa por 15 minutos provoca, em média, 3 quilômetros de fila. Depois de três anos sem punir esses infratores, a CET voltou a rebocá-los, como manda o Código de Trânsito Brasileiro. Desde o último dia 23, vinte guinchos entraram em ação e outros 28 estarão nas ruas até o início de agosto. Contratados por 64 milhões de reais durante três anos, os reboques têm capacidade de remover 5 000 veículos por mês para três novos pátios.

Até a semana passada, os atuais 39 guinchos próprios da CET eram acionados prioritariamente para remover os cerca de 700 veículos que quebram todo dia nas vias da capital. Não havia frota para retirar aqueles que estacionavam em desacordo com a lei. Por suspeita de irregularidade, a CET suspendeu, em 2005, o contrato dos guinchos terceirizados que faziam esse serviço. Sem poder rebocar o carro, os marronzinhos simplesmente autuavam o motorista. Agora, quem desrespeitar a lei encontrará, no lugar em que estava o veículo, apenas um cavalete. Além de arcar com a multa – que pode variar de 53,20 a 127,69 reais, de acordo com a infração – e os aborrecimentos, o condutor terá de pagar 353,80 reais para retirar o carro e mais 27,70 reais pela diária do pátio. Ou seja, é mais barato (e civilizado!) respeitar a lei do que ter de percorrer um tortuoso caminho para ter seu automóvel de volta.