Em 1934, um terremoto matou cerca de 8 500 pessoas no Nepal. O país asiático, espremido entre Índia e o Tibete, voltou a ser atingido por tremores de terra, que desta vez, fizeram mais de 8 000 vítimas. Para os cientistas, o estrago de 81 anos atrás criou uma grande pressão no subsolo, que, ao longo dos anos, foi sendo liberada por uma falha geológica, culminando no sismo.
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Para discutir o tema, a Igreja Universal convocou seus seguidores para um culto especial, no Templo de Salomão, na noite de quarta-feira (13). VEJA SÃO PAULO acompanhou a explanação do bispo Clodomir dos Santos Matos. Segundo o religioso, a destruição no Nepal foi provocada por “oferendas que as pessoas fazem ao diabo”. “Quem fez isso não foi Deus, mas o diabo”, disse o bispo.
O pastor também afirmou que as pessoas precisam se voltar mais a Deus para que tragédias como a do Nepal deixem de acontecer. “A bênção precisa vir em toda a nossa plenitude”, argumentou Santos Matos. Em nenhum momento foram citadas as comprovações científicas para o terremoto.
Para atrair os fiéis, que lotaram o Templo na região do Brás, a Universal anunciou o culto em sua página no Facebook. O assunto gerou polêmica com internautas, que criticaram a conduta da instituição. “A Igreja Universal convocou os fiéis para palestras sobre os terremotos no Nepal. Não sabia que Edir Macedo também é geólogo”, escreveu um internauta. A mensagem da igreja foi retirada de seu perfil no Facebook nesta quinta (14).
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Conforme a assessoria da Universal, as reuniões no Templo de Salomão “costumam ser assistidas por um público de 8 000 e 10 000 pessoas, em média. O culto de terça abordou, entre outros temas, uma reflexão sobre o terremoto no Nepal, sob o ponto de vista da fé, na busca de respostas para tragédias como essa”.
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Sobre a região
Localizado em uma das regiões de maior atividade sísmica do mundo, o Nepal está no encontro de duas placas tectônicas, a eurasiana e a indiana, na Ásia Central. Essas duas porções da crosta terrestre estão convergindo a um ritmo de 4 a 5 centímetros por ano. Com isso, conforme o Monte Everest e suas montanhas-irmãs se erguem, ocorrem inúmeros tremores. Uma acomodação destas placas tectônicas provavelmente criou este terremoto mais recente no Nepal.
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Além disso, os terremotos podem fazer parte de uma série de acontecimentos geológicos que trazem risco de vida, como o tsunami que ocorreu no Japão em 2011. A tese é de estudiosos da University College London (UCL). “O aquecimento global pode ter um importante papel neste processo, e estas catástrofes naturais tem acontecido em locais com um grande contingente populacional”, disse o professor Bill McGuire, da UCL, em entrevista à revista norte-americana Newsweek.