3 perguntas para… Nina Pandolfo
Mulher de Otávio Pandolfo, metade da celebrada dupla osgemeos, ela está em cartaz na Galeria Leme com a individual 'Desafiando Sonhos'
Nome proeminente na cena do grafite na cidade, a paulista nascida em Tupã Nina Pandolfo, de 33 anos, tornou-se conhecida por retratar figuras de meninas delicadas e infantilizadas, quase sempre em cenários oníricos e fantasiosos. Mulher de Otávio Pandolfo, metade da celebrada dupla osgemeos, ela está em cartaz na Galeria Leme com a individual ‘Desafiando Sonhos’, composta de nove telas, realizadas com spray e tinta, e uma instalação.
De onde surgiram as personagens recorrentes em suas obras? Não há uma explicação muito exata. Percebo nelas um aspecto de infância. Tenho a impressão de que cruzei com essas figuras em algum lugar no passado e elas continuaram comigo ao longo dos anos. As meninas são uma viagem pelas minhas lembranças e sonhos.
Já sentiu algum preconceito na cena do grafite, predominantemente masculina? Nunca. Pelo contrário. Quando comecei, sempre fui incentivada pelos rapazes. E, como o número de mulheres grafi tando aumentou, o apoio tem crescido ainda mais. Eu diria que já é algo bem natural hoje em dia.
Como é sua relação com São Paulo? Sempre foi muito forte. São Paulo é uma metrópole na qual as pessoas estão sempre muito ocupadas com trabalho, faculdade, happy hour. Nessa rotina, a arte, de modo geral, entra muito pouco. Comecei aqui pintando, mas logo passei a fazer teatro de rua para tentar levar e transmitir cultura para as pessoas de forma mais direta. Aí, descobri o grafi te: além da questão do ego, de ter sua obra assinada e visível, é uma maneira de compartilhar sentimentos e essa produção com todo mundo, sem discriminação. De moradores de rua a gente rica, todos podem ver e apreciar um muro grafitado.