No fim de 2002, uma fã entregou um disco do uruguaio Jorge Drexler ao cantor e compositor carioca Moska. Este escutou, gostou e entrou em contato com o gringo. Pouco depois já estava fazendo versão para o português de uma canção. Drexler, por sua vez, apresentou-o a Kevin Johansen, um talentoso americano filho de argentina que vive em Buenos Aires. O trio virou unha e carne — eles passaram férias na praia e brincam dizendo que constituíram o movimento Mercosurf. Moska foi consolidando uma carreira sul-americana e chegou a organizar um festival em Brasília com gente de lá e cá. Agora, essa espécie de embaixador informal de músicos dos países vizinhos divide o palco com um outro visitante de valor — o portenho Pedro Aznar. A dupla tocou em Buenos Aires no mês passado. “O Brasil é meio autossuficiente em termos musicais. Deveríamos ser mais generosos e interessados pelo que nossos vizinhos fazem”, diz Moska. Aznar tem uma trajetória interessante e variada: trabalhou com o roqueiro Charly García, seu conterrâneo, atuou na banda do guitarrista americano Pat Metheny e já assinou parceria com a colombiana Shakira. Também toca uma penca de instrumentos (baixo, violão, guitarra, acordeom e teclados). No Sesc Vila Mariana, os dois mostram temas próprios e cruzam referências. Há, por exemplo, Dindi, pérola de Tom Jobim e Aloysio de Oliveira; A Idade do Céu, versão de Moska para La Edad del Cielo, de Drexler; e Todo Amor que Houver Nessa Vida, de Cazuza e Frejat, transformada por Aznar em Todo Amor que Existe en Esta Vida.
Moska e Pedro Aznar. 12 anos. Teatro do Sesc Vila Mariana (608 lugares). Rua Pelotas, 141, Vila Mariana, ☎ 5080-3000.
Sábado (16), 21h; domingo (17), 18h. R$ 30,00.
Bilheteria: 9h/21h30 (ter. a sex.); a partir das 9h (sáb. e dom.).
Cc: todos. Cd: todos. Estac. (R$ 5,00). Ingressos também no CineSesc e nas demais unidades do Sesc.