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Morre aos 70 anos o diretor Hector Babenco

O cineasta sofreu uma parada cardiorrespiratória na noite de ontem (13). O velório será realizado nesta sexta (15)

Por Estadão Conteúdo
Atualizado em 27 dez 2016, 16h43 - Publicado em 14 jul 2016, 10h28

Morreu na noite desta quarta-feira (13) o cineasta Hector Babenco, aos 70 anos. Ele estava internado no hospital Sírio-Libanês, desde terça (12), para tratar de uma crise de sinusite. Embora estivesse se recuperando bem, Babenco teve uma parada cardiorrespiratória e não resistiu. O velório será realizado na sexta (15), na Cinemateca.

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De origem argentina e naturalizado brasileiro desde 1977, Babenco foi um dos mais importantes realizadores do cinema nacional. Indicado ao Oscar de melhor diretor em 1986 por O Beijo da Mulher Aranha (de 1985), ele assinou grandes trabalhos como Pixote, a Lei do Mais Fraco (1980) e Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia (1977). Em 2003, Carandiru levou mais de 4,5 milhões de espectadores aos cinemas e foi a produção brasileira mais vista naquele ano, além de ter sido exibido no Festival de Cannes.

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O prestígio internacional de Babenco teve início com Pixote, drama sobre meninos de rua brasileiros em que um ator-mirim da periferia, Fernando Ramos da Silva (morto por policiais militares em 1987), contracenou com Marília Pêra, no papel da prostituta Sueli. Desde então, se tornou um dos cineastas mais respeitados dos anos 80 – respaldo que permitiu a produção dos dramas O Beijo da Mulher Aranha, que deu o Oscar de melhor ator a William Hurt, Ironweed (1987), com Meryl Streep e Jack Nicholson, e Brincando nos Campos do Senhor (1991).

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De temperamento difícil, sobretudo nos sets de filmagens, Babenco deixou marcas autorais no cinema sem ignorar as grandes plateias. Seu último longa-metragem, Meu Amigo Hindu, foi lançado em março deste ano e tinha um roteiro de inspiração autobiogrática. Para representar o cineasta que tem câncer em estágio terminal, Babenco escolheu o ator americano Willem Dafoe.  “É o filme que a morte me deixou fazer”, disse Babenco, emocionado, na estreia.

Lázaro Ramos que trabalhou com o cineasta em Carandiru, publicou uma homenagem no Instagram. “Babenco é um diretor que desafiava o ator a fazer sempre o seu melhor. Um homem de personalidade forte, responsável por peças fundamentais para o nosso cinema. A melhor maneira de conhecer Héctor Babenco é através de seu trabalho”, escreveu o ator.

Babenco deixa duas filhas, Janka e Myra, dois netos e sua mulher, Bárbara Paz. O velório será amanhã (15), das 10h às 15h, na Cinemateca. 

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