Meninos do Morumbi já estiveram com vários líderes internacionais
No domingo (7), crianças e jovens de grupo musical executam o Hino Nacional antes do GP Brasil, em Interlagos
Eles já estiveram com grandes líderes mundiais, como o ex-presidente americano George Bush, o ex-secretário de Estado dos EUA Colin Powell, o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair e celebridades como Madonna. Já se apresentaram ao lado de nomes como o trompetista Wynton Marsalis, a coreógrafa Deborah Colker, o pianista Marcelo Bratke, os compositores Toquinho, Nando Reis e Jorge Benjor, além da Orquestra Sinfônica da USP. Já fizeram shows na Inglaterra, na França e nos Estados Unidos. E, neste domingo (7), vão executar o Hino Nacional antes do Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1, em Interlagos.
Em catorze anos de existência, o grupo Meninos do Morumbi adquiriu uma bagagem respeitável, e as crianças e jovens integrados ao projeto social fundado em 1996 se tornaram requisitadas. “A gente nem precisa mais oferecer nossos shows. Vários interessados vêm até nós”, conta, orgulhoso, o músico Flávio Pimenta, fundador da ONG — aliás, da banda. O percussionista faz questão de enfatizar que comanda um grupo musical que desenvolve um trabalho social, e não o contrário. Segundo ele, a música é a alma do projeto, e 70% do seu orçamento resulta dos shows e da venda de produtos, como CDs e DVDs.
Sob a batuta de Pimenta estão jovens músicos, cantores e dançarinos. Há aulas isoladas para cada especialidade e ensaios coletivos que simulam os shows. Mesmo em uma sala abarrotada de crianças, os treinos não viram uma bagunça. Conversas paralelas, principalmente durante as explicações de Pimenta, são reprimidas pelos próprios alunos. Indicadores em riste à frente da boca, os colegas em volta cobram silêncio. Desde a fundação, 13 000 pessoas integraram o grupo. Hoje são 2 000.
A abertura de novas vagas, todas gratuitas, ocorre sempre no começo de cada semestre e qualquer menino ou menina de 5 a 12 anos pode inscrever-se. Sim, ao contrário de outros projetos sociais semelhantes, o Meninos do Morumbi não é um espaço exclusivo para crianças e jovens de baixa renda. “Aqui temos os que andam 10 quilômetros a pé porque não têm dinheiro para o ônibus e também os que chegam de Mercedes”, afirma Pimenta. O desnível social não cria barreiras. “Se eu não gostasse das pessoas, não faria sentido vir”, diz Beatriz Santos, de 17 anos, da equipe de dança. “As amizades que fazemos aqui são fortes.”