Filme estrangeiro
MELHOR
Vincere
Diretor do drama “Bom Dia, Noite” (2003), Marco Bellocchio trouxe de volta o melodrama passional, carregado de tintas emotivas, na melhor tradição do cinema italiano. O diferencial aqui foi basear-se numa polêmica figura real e, ainda mais interessante, fazer emergir um obscuro caso de amor, esquecido nos livros de história. Trata-se dos primórdios da carreira política do líder fascista Benito Mussolini (1883-1945), então manifestante socialista na Itália da primeira década do século XX. Personalidade igualmente atraente, a cabeleireira Ida Dalser deu um filho ao futuro ditador, mas não tardou a ser posta de escanteio. Mais do que uma simples cinebiografia, o filme traz imagens daquela época em preto e branco e conta com fabulosas atuações dos protagonistas Giovanna Mezzogiorno e Filippo Timi.
PIOR
A Ressaca
Na tentativa de repetir o sucesso de “Se Beber, Não Case!”, o bom ator John Cusack (de “Alta Fidelidade” e “2012”) produziu e estrelou a comédia mais patética do ano. Embora os dois filmes girem em torno de assuntos similares, um abismo os separa em termos de qualidade. Extremamente vulgar, o roteiro faz um trio de amigos quarentões se comportar como tarados escolares. Tudo porque eles vão parar, como num passe de mágica, em 1986 e, mais experientes, tentam tirar o atraso na juventude.
Filme nacional
MELHOR
Os Inquilinos
Paranaense radicado em São Paulo, o diretor Sérgio Bianchi lapidou o cinema inquietante e contestatório que vem praticando desde o fim dos anos 70. A agressão implícita do vizinho é o que tira do sério o carregador de frutas vivido com grande naturalidade pelo ator Marat Descartes. Casado e pai de duas crianças, ele torna-se refém na própria casa quando três arruaceiros se mudam para o terreno ao lado. Compassada por uma soturna trilha sonora, a história também aborda a exploração da violência na mídia. De alta voltagem tensional, o suspense dramático ainda tem ótimas participações de Zezeh Barbosa, Leona Cavalli e Caio Blat.
PIOR
Segurança Nacional
O ano que consagrou o cinema brasileiro em fitas boas de bilheteria, como “Tropa de Elite 2” e “Nosso Lar”, também apresentou trabalhos lamentáveis, a exemplo de “Federal”, “Doce de Coco” e “A Casa Verde”. Nenhum deles, porém, superou em ruindade este arremedo de fita de ação policial protagonizada por Thiago Lacerda. Na pele de um investigador, ele defende o país em toscas cenas de perseguição e esconde — clichê dos clichês — a identidade da namorada. O que era para ser sério e dramático tornou-se risível e constrangedor.