Mamonas Assassinas viram tema de documentário
"Mamonas para Sempre" faz um retrato realista da banda que foi fenômeno pop
Há quinze anos, um acidente aéreo interrompeu a mais surpreendente ascensão de uma banda na história do pop nacional. Em apenas sete meses, os Mamonas Assassinas venderam 2,8 milhões de cópias de seu único disco de estúdio, de 1995.
Na época, Dinho, Bento Hinoto, Júlio Rasec, Samuel Reoli e Sérgio Reoli se tornaram peças fundamentais na guerra dominical pela audiência, alternando aparições em programas de auditório da Globo e do SBT. O documentário “Mamonas para Sempre” tenta explicar, driblando a simples tietagem, o que havia de tão fenomenal naqueles cinco descontraídos jovens de Guarulhos.
A ideia inicial do diretor Cláudio Khans era realizar um filme ou uma minissérie de ficção. Mas ele não conseguiu resistir à força do acervo reunido durante três anos de pesquisa. Familiares e amigos do quinteto cederam fotos pessoais, vídeos caseiros e muitas lembranças, o que rendeu um retrato completo do grupo.
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Do início de carreira, quando tentaram o rock sério com o grupo Utopia, à transformação baseada no humor escrachado, tudo foi registrado. No auge do sucesso, eles faziam oito shows por semana em todo o Brasil. E tinham sempre uma câmera VHS ou H-8 nas mãos, com a qual captavam a energia das apresentações.
O maior acerto na edição do vasto material foi não tentar mostrá-los como gênios intocáveis. Havia divergências internas, o sucesso repentino levou os rapazes a fazer algumas escolhas erradas e nenhum deles mediu o peso da superexposição.
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Nada ficou de fora. Além de imagens poderosas no palco e nos bastidores, a fita ganha bastante com os depoimentos sinceros de pessoas ligadas aos músicos. Entre elas, o empresário Rick Bonadio, que não esconde nada sobre o comportamento deles. São vários momentos divertidos e marcantes, mesmo para quem nunca foi fã das manjadas “Pelados em Santos” e “Robocop Gay”.
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