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“Parecia que meu filho era um ET”, diz mãe de menino barrado em shopping

Nelci Groff afirma que seu filho de 9 anos, portador de síndrome de Down, não pôde entrar em área de lazer em centro de compras em Barueri 

Por Veja São Paulo
Atualizado em 5 dez 2016, 12h11 - Publicado em 11 ago 2015, 16h48
Nelci Groff
Nelci Groff (Reprodução/Facebook/)
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No dia 26 de julho, no fim das férias escolares, a jornalista Nelci Groff passeava no Shopping Tamboré, em Barueri, quando seu filho João, de 9 anos, pediu para brincar em um espaço de lazer instalado no corredor do centro de compras. No entanto Nelci não esperava que o garoto, portador de síndrome de Down, seria proibido de brincar no local.

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“Falei com a atendente que queria deixar o João ali, mas ela afirmou que ele não podia.” Pega de surpresa, perguntou qual o motivo. Segundo a jornalista, a funcionária disse que, como ele é uma criança com down, precisaria estar acompanhado. Nilce diz ter argumentado com a atendente. “Ela dizia lamentar, mas afirmava que só poderia liberar a entrada do João se eu ficasse com ele”, afirma Nelci, funcionária da Câmara Municipal de Osasco. “Foi uma sensação horrível. Parecia que meu filho era um ET.” Confira abaixo o depoimento de Nelci:

Fui ao Shopping Tamboré no dia 26 de julho para pegar um livro. Quando saímos da livraria, o João pediu para brincar em um daqueles espaços para crianças comuns em shoppings [no caso, da empresa Toy Company Diversões]. Disse que tudo bem e, enquanto ele ficaria ali, daria uma volta para ver outras coisas. Falei para atendente que gostaria de deixar meu filho ali, mas a atendente, constrangida, disse que ele não poderia. 

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Fiz uma cara de que não entendi e perguntei o motivo. Ela se corrigiu e afirmou que ele poderia ficar, mas, como é uma criança especial, precisaria estar acompanhado. Falei que era um absurdo, que havia crianças menores do que ele ali. Ela se desculpou, disse que eram regras da empresa e que não poderia fazer nada. Na hora, a gente perde o chão. Não consegue acreditar que aquilo está acontecendo. Já passei por algumas situações em que o João foi vítima de preconceito, mas mais por falta de informação e não algo daquela forma. Parecia que meu filho era um E.T. e que não podia entrar em contato com as outras crianças.

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O João, felizmente, não entendeu o que estava acontecendo. Acabou achando que eu não deixei ele ficar ali. Foi melhor assim. O golpe foi duro em mim, que vi meu filho ser excluído, mas ao menos ele não sofreu. Postei no Facebook o que aconteceu comigo e recebi muito apoio e fiquei surpresa com a quantidade de casos semelhantes e que ninguém fica sabendo.

Decidi que era importante falar, mesmo com toda a exposição. É preciso quebrar esse preconceito. Quanto mais for divulgado menos chances isso tem de acontecer de novo. 

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Em nota, o Shopping Tamboré afirmou lamentar o ocorrido. “O empreendimento está em contato com a família desde o ocorrido e presta todo apoio a eles, que são sempre bem-vindos em nosso shopping, onde esperamos revê-los em breve para que possam se divertir em nossas atrações.”

A Toy Company Diversões, proprietária do espaço de lazer no shopping, divulgou nota em que pede desculpas a Nelci e ao filho. Informa ainda que a equipe vem promovendo treinamento das equipes para que o caso não se repita. “A empresa é sim responsável por todo e qualquer ato de seus colaboradores, de forma alguma queríamos isentar a nossa culpa, apenas foi exposto que nunca foi e nunca será política de nossa empresa restringir a entrada de qualquer criança.”

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