Uma mãe se acorrentou ao filho de 17 anos para evitar que continuasse usando crack, em Itapetininga, no interior de São Paulo. Ela usou uma corrente de 6 metros para atar o filho pela perna e amarrar a outra ponta à sua cintura, até que conseguisse internação para o garoto.
A mulher, de 35 anos, conta que o adolescente corria risco de ser morto, após ser acusado de furto pelos vizinhos. Fotos divulgadas em rede social comoveram o dono de uma clínica para dependentes químicos, que ofereceu tratamento gratuito para o rapaz.
O caso foi registrado pela Polícia Civil na última sexta-feira (7) como averiguação de maus-tratos. Ouvida informalmente pela polícia, a mãe contou que o filho tornou-se usuário de drogas aos 12 anos e, depois de usar maconha e cocaína, caiu no crack. Ela vivia com os cinco filhos na periferia da cidade, mas o marido conseguiu um emprego em Mato Grosso do Sul e a família se mudou para o estado vizinho.
O rapaz não se adaptou à nova vida e retornou para Itapetininga, passando a morar com a avó. Envolvido na droga, ele passou a vender os pertences da idosa, como botijão de gás, relógio, televisor, até panelas da cozinha. O jovem chegou ao ponto de arrancar a porta de uma edícula para trocar por drogas.
Quando soube que o filho tinha passado a praticar furtos na vizinhança para manter o vício, a mãe decidiu voltar para Itapetininga. Ela contou que após um grupo de moradores revoltados ter ido até a casa para bater no adolescente, ela optou por acorrentá-lo. O filho ficou preso à mãe pela corrente durante três dias. Com o apoio de uma amiga, ela postou fotos em rede social pedindo ajuda.
Uma clínica de recuperação de Bady Bassit, na região de São José do Rio Preto, entrou em contato com a família e ofereceu a internação gratuita. O rapaz foi internado no sábado (8) e deve permanecer na clínica por até nove meses. Quando sair, será feito um trabalho de reinserção social.
Menina
Em junho deste ano, a auxiliar de cozinha Solange Bueno dos Santos, de 43 anos, chegou a ser detida após manter a filha de 17 anos acorrentada durante 43 dias ao pé de um guarda-roupa por causa da dependência do crack, em Sorocaba. A garota foi libertada, enviada para um abrigo, mas fugiu e voltou para a mini-cracolândia.
Resgatada pela própria mãe, que responde a inquérito por maus-tratos, ela acabou internada em um hospital público para dependentes químicos em Botucatu. A adolescente segue em tratamento.