Imóveis de luxo se destacam pela extravagância
Concentrados nos bairros Itaim, Jardins e Vila Nova Conceição, construções de alto padrão têm mimos como serviço de 'concierge' e elevador exclusivo para motos
Dos cerca de 8 500 imóveis novos vendidos em São Paulo nos três primeiros meses de 2010, somente 4,8% tinham mais de 180 metros quadrados, segundo dados do Secovi-SP (Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo). Se a quantidade de vendas nessa categoria é menor, o valor envolvido em cada unidade é muito maior. Um único apartamento de luxo pode custar até R$ 25 milhões, caso de uma cobertura triplex no Parque Cidade Jardim — anexo ao shopping de mesmo nome —, com 1 885 metros quadrados.
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Além de espaço de sobra, o que atrai o público interessado em imóveis tão caros são os diferenciais. O edifício Paris, no Itaim, por exemplo, inclui o serviço de ‘concierge’, que informa horário, preço e programação de atividades que estão acontecendo na cidade.
Boa localização é um outro atrativo. Com preços que variam de R$ 5,1 milhões a R$ 14,8 milhões, o Praça Vila Nova fica em uma área disputada pelas construtoras, a Vila Nova Conceição. O empreendimento, feito pela JHSF — mesma construtora do Shopping Cidade Jardim —, reflete a disputa pelo espaço na cidade. Além de spa e outras mordomias, os condôminos chegarão ao Parque do Ibirapuera em pouquíssimo tempo, já que a entrada mais próxima fica a cerca de 500 metros do local. De acordo com a empresa, faltando um ano e meio para a entrega, prevista para dezembro de 2011, uma das torres já está 95% vendida, e a segunda, 66%.
Para Fernando Sita, diretor-geral de vendas da Coelho da Fonseca, jovens ligados a profissões de tecnologia e publicidade são os que mais procuram esse tipo de conforto. O executivo cita ainda outros diferenciais oferecidos em condomínios de alto padrão: vagas para visitantes, espelhos que não embaçam nos banheiros dos apartamentos, varandas gourmet, toalheiro aquecido, elevador exclusivo para guardar motos no apartamento e motor propulsor na piscina — que permite nadar contra a corrente, sem sair do lugar —, entre outros mimos.
Além dos apartamentos de alto padrão, o mercado de imóveis de luxo conta também com as tradicionais mansões, que, na capital paulista, chegam a custar R$ 32 500 por metro quadrado de área útil. Um bom exemplo está no bairro do Jardim Europa. Lá, há uma casa com preço estimado em R$ 13 milhões e ‘apenas’ 400 metros quadrados de área útil. O imóvel é comercializado pela Axpe, empresa especializada em unidades luxuosas.
Outra mansão vendida pela Axpe, na mesma região da cidade, vale ainda mais: R$ 20 milhões. Com metragem maior, 1 637 metros quadrados de área útil, a residência tem atrativos como doze vagas de garagem, piscina, sauna e academia completa com spa.
Projetos assinados por arquitetos famosos são um atrativo a mais na hora da compra. No Alto da Boa Vista, uma casa em condomínio com projeto do brasileiro Isay Weinfeld — responsável pela Casa Fasano — custa R$ 14 milhões, com 1 275 metros quadrados construídos em um terreno de 4 100 metros quadrados. A empresa Amadio & Kleemann é responsável pelas vendas.
“O paulistano passou a dar mais valor a esse tipo de comodidade”, diz Vinícius Leite, vice-presidente de desenvolvimento da Fernandez Mera. Sita diz que, mesmo com tantos zeros, “os preços desses imóveis ainda são menores que no resto do mundo”.