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Lixo: prefeitura muda contrato de varrição e testa novas tecnologias

Projeto prevê a fusão de vários serviços em um só pacote orçado em 2 bilhões de reais para os próximos três anos de concessão

Por Arthur Guimarães
Atualizado em 5 dez 2016, 17h40 - Publicado em 28 out 2011, 23h50
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  • O governo municipal começou a selecionar na última semana os dois consórcios que deverão assumir um novo modelo para a varrição das ruas de São Paulo. O projeto prevê a fusão de vários serviços em um só pacote, orçado globalmente em 2 bilhões de reais para os próximos três anos de concessão. Rompendo uma descentralização observada na capital desde a década de 80, a prefeitura resolveu unificar no contrato não apenas os trabalhos de passar a vassoura em 6.900 quilômetros de vias por dia, mas também as tarefas de desentupir as 400.000 bocas de lobo, arrancar cartazes de postes, conservar monumentos, recolher o entulho descartado ilegalmente e instalar e manter 150.000 novas lixeiras. Hoje, cada uma dessas funções é realizada por órgãos distintos. Na argumentação oficial, o arranjo facilitará a cobrança das empresas responsáveis pela faxina, criando um canal mais estreito para direcionar a fiscalização, evitar omissões e obrigar as contratadas a manter São Paulo sempre limpa — inclusive aos domingos, dias em que, atualmente, os locais não recebem a atenção dos garis.

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    A reorganização sugerida pela administração de Gilberto Kassab recebeu elogios até de oposicionistas. Como as duas áreas de abrangência criadas correspondem aos mesmos limites usados atualmente para a coleta domiciliar — Noroeste e Sudeste —, existe a possibilidade de que, futuramente, sejam negociadas alternativas para uso conjunto de caminhões que recolham os sacos de lixo pretos vindos de residências e os amarelos, que reúnem os detritos juntados nas ruas. “A coleta das casas e a varrição das ruas vão falar a mesma língua, o que é uma visão técnica correta que facilita a gestão e resulta em ganho de escala”, afirma Fábio Pierodomenico, diretor-geral do Departamento de Limpeza Urbana (Limpurb) entre 2002 e 2004, na gestão da ex-prefeita Marta Suplicy (PT). Segundo ele, no entanto, o governo demorou para realizar a licitação e elaborou um projeto de vida útil breve. “No final do mandato, o prefeito lançou um edital para apenas três anos, deixando claro que não conseguiu estudar um modelo definitivo”, complementa Pierodomenico. Outra crítica à proposta parte das pequenas empresas que hoje exploram o filão de forma segmentada. Por meio do Sindiverde, sindicato que as representa, elas ingressaram com um pedido de anulação do negócio, alegando “supressão da competitividade”. O processo continua tramitando na Justiça. 

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    Além desse pacote de mudanças, os paulistanos podem esperar por outras novidades na área. Fruto de compromissos assumidos em 2004, quando assinaram um contrato de vinte anos para fazer a coleta domiciliar na cidade, as empresas Ecourbis e Loga devem começar, já no próximo ano, a implementar projetos-piloto com modernizações para o serviço. Até 2014, por exemplo, as calçadas da capital deverão ser tomadas por enormes contêineres verdes que, distribuídos entre os quarteirões, servirão para depósito dos sacos de lixo de prédios e casas. Com o mecanismo, novos veículos, que também entrarão em fase de teste, poderão recolher o material apenas estacionando ao lado dos recipientes.

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    Outra tecnologia que pode ser aproveitada em breve é uma lixeira da marca europeia Sotkon, que chegou a ser experimentada no Parque do Anhembi durante o primeiro semestre. Acoplada a um reservatório subterrâneo para receber dejetos domiciliares e de pedestres, ela reduz quase pela metade os investimentos em transporte, pois não obriga os caminhões a fazer visitas diárias aos locais de coleta. O sistema já está sendo adotado em cidades do interior, como Paulínia, onde, a partir deste mês, 25 jogos do equipamento serão instalados em valas escavadas pelas calçadas do município. Cada um custa entre 20.000 e 25.000 reais. “O método reduz o entupimento de bueiros causado pelos detritos espalhados pelas ruas”, diz José Pavan Junior, prefeito de Paulínia. Em São Paulo, o governo planeja implementar a tecnologia em 2012, atendendo comunidades periféricas e bairros populosos, como os Jardins.

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    AS PRINCIPAIS NOVIDADES NO SISTEMA

    – As cinco empresas que varrem as ruas hoje serão substituídas por dois grandes consórcios

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    – Os grupos vencedores receberão 2 bilhões de reais por três anos de concessão

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    – Foram acrescentados aos contratos serviços como retirada de cartazes, recolhimento de entulho das ruas e limpeza de bueiros, bocas de lobo, poços de visita e galerias

    – Além de medir a quilometragem varrida, a prefeitura vai criar um índice de qualidade que determinará a aplicação de multas ou reduções no valor pago mensalmente às empresas. A opinião da população terá peso nesse indicador

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    COLETA MODERNA

    Como funciona a nova tecnologia que foi testada recentemente na capital

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    1. Dentro de um buraco de 2 metros de profundidade na calçada, os técnicos instalam uma cuba de concreto de 5 toneladas

    2. É colocado dentro da vala um contêiner com capacidade média para 3.000 litros, com uma lixeira conectada à superfície

    3. Um caminhão dotado de um braço móvel recolhe a caçamba com os dejetos acumulados e devolve o recipiente

     

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